Após 21 dias de forte mobilização e seis rodadas de negociação (Bancos privados, Caixa e Banco do Brasil), os bancários decidiram aceitar a proposta de acordo apresentada na última sexta feira (23) e o fim da paralisação, conforme orientação do Comando Nacional dos Bancários, em assembleia de avaliação da proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), de reajuste de 10% para os salários, PLR, piso; 14% para os vales refeição e alimentação.
A data base da categoria foi no dia 1º de setembro e as pautas de reivindicações entregues em 11 de agosto. Desde o dia 20, os bancos vinham insistindo em apresentar propostas de reajuste abaixo da inflação. Primeiro foram 7,5%, depois 8,75%: índices que não chegam sequer a repor a inflação de 9,88% (INPC). Antes das rodadas finais de negociação, a proposta apresentada foi de 5,5%, muito além da expectativa de um possível acordo e muito distante da proposta apresentada no ano passado, onde a categoria teve 7 dias de greve.
Aldo Luis Rocha, Diretor do Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região e Delegado na Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul, ressalta que o processo de mobilização começou a ser construído já em 2014. “Nós formamos esse processo desde o ano passado, a greve é só parte dessa ação por conta da intransigência dos banqueiros. Trabalhamos a comunicação, a sensibilização dos bancários em relação às reivindicações e aos temas da Campanha Salarial, a população e clientes, e em um determinado momento, teve a necessidade da paralisação. A categoria se aborreceu muito com a proposta de 5,5% e se viu na necessidade de ir à luta por uma proposta melhor. O índice dos bancos foi provocativo e desrespeitoso e fundamental para essa mobilização histórica da categoria com a paralisação de mais de 12 mil agencias no país”, comenta.
“Essa proposta de 10% foi um avanço considerável, sabemos que o trabalho realizado e o desempenho dos lucros dos bancos, a categoria bancária merece muito mais”. Afirma Aldo.
21 um dias de greve – Com o resultado da Campanha de 2015, em 12 anos a categoria vai acumular 20,83% de ganho real nos salários, 42,3% nos pisos e 26,30% nos vales. Além disso, estão mantidas conquistas importantes, como o vale-cultura, o abono-assiduidade, a licença-maternidade ampliada, a igualdade de direitos para casais homoafetivos, ressalta Aldo.
Dias parados – Após a apresentação da proposta de remuneração, o maior impasse durante as negociações foi a compensação ou o desconto dos dias parados. Os banqueiros aceitaram abonar 63% das horas dos trabalhadores de 6 horas, de um total de 84 horas, e 72% para os trabalhadores de 8 horas, de um total de 112 horas.
PLR – BANCO HSBC NO BRASIL – Aldo, explicou que as negociações foi motivado pelo HSBC estar saindo do Brasil e ter atingido uma lucratividade baixa neste ano. “A PLR dos trabalhadores deve ter valor irrisório, em torno de R$ 250, por isso negociamos mais esse pagamento de R$ 3 mil, que será efetuado em parcela única, junto com a primeira parcela da PLR, o que deve acontecer em até dez dias após a assinatura do acordo”, afirmou. O valor será pago aos funcionários que estão nos níveis de 13 a 24. Segundo o HSBC, 71% dos bancários terão direito a receber os R$ 3 mil.
REAJUSTE DA PLR (Participação nos Lucros e Resultados): 10% REGRA: 90% do salário reajustado em 10% mais R$ 2.021,79, limitado a R$ 10.845,92. Se o montante distribuído entre os bancários for inferior a 5% do lucro líquido do banco em 2015, o valor será aumentado até atingir os 5% ou 2,2 salários do empregado (o que ocorrer primeiro), com teto de R$ 23.861,00. PARCELA ADICIONAL 2,2% do lucro líquido dividido entre todos os funcionários, até o limite individual de R$ 4.043,58. Antecipação da PLR: a primeira parcela será paga em até dez dias após a assinatura do acordo e a segunda até 1º de março de 2016. REGRA BÁSICA Serão pagos 54% do salário mais fixo de R$ 1.213,07, limitado a R$ 6.507,55 e ao teto de 12,8% do lucro líquido do banco (o que ocorrer primeiro) apurado no primeiro semestre deste ano. REGRA ADICIONAL O adicional de PLR corresponderá a 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015 dividido igualmente entre os trabalhadores, com o teto de R$ 2.021,79.
Fonte: Sindban