Nos dias 11 e 12 de novembro, em Brasília, aconteceu o 10 º ENAI (Encontro Nacional da Indústria). O evento é promovido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Em sua mais recente edição, o ENAI abordou o tema “Brasil: ajuste e correção de rota”.
O encontro promoveu uma ampla discussão de como a indústria e o Brasil podem atuar em possíveis correções de rumo para melhorar a competitividade da indústria e da economia.
Segundo site da CNI, o ENAI é a convenção anual do setor industrial brasileiro. Organizado pela CNI desde 2006, o evento reúne aproximadamente dois mil participantes, entre líderes empresariais, entidades de representação da indústria de todos os segmentos e estados brasileiros e personalidades políticas.
Neste ano, o encontro contou com a participação de figuras importantes no cenário econômico nacional e internacional. Para o diretor do SINDICER (Sindicato das Indústrias Cerâmicas de Porto Ferreira), Ivan Roberto Burian, que representou o setor industrial ferreirense no evento, as participações que mais chamaram a atenção foram do presidente da CNI, Robson de Andrade Braga, do jornalista da Rede Globo William Waack, do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Armando Monteiro, do ministro da Fazenda Joaquim Levy, do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, e do ex-presidente norte americano Bill Clinton.
Na abertura do evento, o presidente da CNI, Robson de Andrade Braga, declarou que “o momento exige transformações abrangentes. É preciso que o setor público se comprometa com uma profunda melhoria do ambiente de negócios no Brasil”.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, afirmou que a disputa política não pode prejudicar a implementação das reformas. “Essa agenda demanda um mínimo de entendimento político. A indústria tem a responsabilidade de, ao lado de outras forças sociais, clamar por um entendimento político que permita que se promova o entendimento em torno de uma agenda mínima que não se destina a ajudar esse governo, mas uma agenda de estado”, disse Monteiro.
Em sua palestra, Henrique Meirelles, comentou que o custo de energia no país – a indústria responde por 57% do consumo nacional –, associado às deficiências na infraestrutura de transportes e serviços de logística, têm impacto na decisão de investimentos de longo prazo no Brasil. “Temos que viabilizar investimentos, com segurança das regras do jogo e livre competição. Forçar o empresário a investir com determinada taxa de retorno não funciona. Temos que acreditar na livre competição”, declarou Meirelles em seu discurso.
Ao encerrar sua participação no 10º ENAI, o ministro Joaquim Levy deixou uma mensagem de otimismo aos empresários: "O Brasil tem as condições políticas de fazer as reformas necessárias para colocar o país em um novo patamar de crescimento."
O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton afirmou que o mundo precisa de um Brasil bem-sucedido e que os Estados Unidos necessitam “desesperadamente” que seu principal parceiro comercial no hemisfério sul dê certo. “Todo americano tem interesse em ver o sucesso do Brasil”, garantiu Clinton, no encerramento do 10º ENAI.
Em tom mais otimista ao que o empresariado brasileiro está acostumado a ouvir em relação ao país, Clinton disse que preferiria estar na situação do Brasil que na de muitos países do mundo. Segundo ele, apesar da gravidade da crise, o cenário doméstico – resultado de duas décadas de avanços sociais e econômicos – é mais favorável que o de países que, por exemplo, enfrentam elevadas taxas de desemprego na população jovem, como a Grécia, ou atravessam uma guerra civil e a ameaça de um estado terrorista, como a Síria.
Na visão do diretor do Sindicer, Ivan Burian, as palestras procuraram demonstrar que o Brasil é um país com grande viabilidade econômica, porem necessita de ajustes. “Mesmo passando por um momento policamente conturbado que está gerando uma instabilidade econômica, os temas abordados procuraram demonstrar que nosso país ainda tem grandes chances de ser uma potência mundial”, declarou Ivan.
Segundo Burian, não é admissível o empresariado ser pessimistas. “O momento difícil demorará mais para passar se ficarmos que braços cruzados e cabeça baixa esperando as coisas melhorarem, precisamos sempre buscar fazer o melhor sem desaminar, só assim conseguiremos superar a crise”, ressaltou Burian.
Fonte: Sindicer, com informações da Agência CNI de Notícias
