Da manhã de terça-feira (19) para a manhã desta quarta-feira (20) o nível do rio Mogi Guaçu subiu mais 20 centímetros. A régua da ANA (Agência Nacional de Águas) localizada ao lado da ponte metálica João Inácio Ferreira, registrava hoje 5,80 metros, contra 5,60 na terça-feira.
Uma equipe da EPTV São Carlos/Araraquara esteve pela manhã realizando uma reportagem sobre a enchente do Rio Mogi Guaçu em Porto Ferreira, entrevistando o coordenador da Defesa Civil, Sérgio Cardoso de Moraes e moradores, além de mostrar a situação do alagamento em residências situadas na Av. Nossa Senhora Aparecida (Estância Porto Alegre),
Com a subida do nível das águas, registramos uma nova área alagada em Porto Ferreira, a parte mais baixa da Rua José João, na confluência com a Rua Paiaguás. Havia vazamento de esgoto pela tampa e um morador estva colocando pedras no local para alertar condutores que possivelmente poderiam passar pela via.
Alguns moradores da Av. Nossa Senhora Aparecida estavam tendo acesso para a Avenida Francisco Peripato apenas com barcos, já que a área dos ranchos estava totalmente ilhada.
Na tarde de terça-feira a Prefeitura divulgou que tinha providenciado uma área nas dependências do Caic Professor João Teixeira, no Jardim Independência, em caso de necessidade de abrigar os moradores atingidos pela cheia do rio Mogi. Segundo informação obtida hoje pela manhã com um membro da Defesa Civil, o local abrigou na noite de ontem uma família, mas ela já tinha saido do local para alojamento em local de pessoa conhecida. A EPTV também mostrou em sua reportagem ato de solidadiedade, com moradores das casas situadas nas partes mais altas da Av. Nossa Senhora Aparecida dando abrigo a outras que tiveram suas casas inundadas.
Com relação aos moradores na áreas dos pesqueiros dos bairros rurais Boa Vista I e II, o funcionário disse que os próprios moradores estavam tomando as providências em relação ao alagamento, as vezes com auxílio do Corpo de Bombeiros.
O vereador Miguel Bragioni divulgou em sua página no Facebook um post cobrando providências da Defesa Civil no atendimento das pessoas desabrigadas. O que se observa é que a Defesa Civil também possui limitações, contando com preciosa colaboração de membros da Associação dos Canoeiros e de outros moradores para atendimento aos necessitados.
Barragem foi vital para evitar maiores alagamentos
Em entrevista coletiva na manhã de terça-feira (19) com a presença do prefeito do município de Mogi Guaçu, Walter Caveanha, do diretor de Operações da AES Tietê, Antonio Carlos Garcia, e do coordenador de Operação em Tempo Real da empresa, Valdeci Goulart, foi apresentado que a diminuição das chuvas na região da cabeceira do Rio Mogi Guaçu, no Estado de Minas Gerais, permitiu à AES Tietê reduzir a vazão da PCH (Pequena Central Hidrelétrica) da Cachoeira de Cima a 250 metros cúbicos por segundo nesta terça-feira, dia 19.
Segundo as autoridades, mantido esse volume, não há risco de se repetirem as cheias do final de sábado, quando a vazão atingiu 537 metros cúbicos por segundo e provocou alagamentos parciais na região central de Mogi Guaçu, na Vila Bertioga e Vila Paraíso, na divisa com a Vila Maria.
Garcia explicou que vazão atingiu o pico de 537 metros cúbicos por segundo às 17h de sábado, quando as comportas da PCH foram totalmente abertas por questão de segurança, uma vez que a represa estava recebendo 629 metros cúbicos por segundo. A operação “amorteceu” e impediu que escoasse em direção à cidade uma carga de quase 100 metros cúbicos.
Não fosse essa manobra, prevista nos protocolos de segurança da AES Tietê, a situação teria sido pior porque a liberação total de 629 metros cúbicos por segundo ampliaria a dimensão da enchente.
Segundo Garcia, os parâmetros de controle têm por base a capacidade máxima da represa, que é de 600 metros acima do nível do mar. Até 599,40 ou 599,50, os operadores da PCH ainda têm margem para manobras de segurança.
Por precaução, a AES Tietê opera a usina com espaço de “espera” de 1,10 metro abaixo do limite do reservatório e foi essa margem que permitiu a abertura gradual das comportas para minimizar o impacto das cheias para a população ribeirinha.
Por norma, a empresa comunica a Prefeitura, a Defesa Civil e demais órgãos públicos quando a vazão atinge 300 metros cúbicos por segundo, como de fato ocorreu durante a semana. O alerta à população é dado quando o volume alcança 428 metros cúbicos, o que foi feito através de informes da Prefeitura e comunicados da AES Tietê.
O prefeito lembrou que a usina foi conquistada em sua segunda gestão (1989-1992) com apoio do então presidente da CESP (hoje Elektro), Murilo Macedo, que acolheu a proposta de implantar um complexo que não só gerasse energia, mas servisse também para o controle de cheias.
De acordo com a entrevista divulgada pelo site Mogi Guaçu Acontece, é de se esperar que a situação se normalize também em Porto Ferreira em determinado momento.
Aviso
Qualquer problema relacionado às chuvas ou área inundada deve ser comunicado à Seção Municipal de Defesa Civil, pelo telefone de emergência 199, ou para o Corpo de Bombeiros, no número 193.
Veja imagens do alagamento registradas em 19 de janeiro de 2016 acessando a estação "fotos" do site ou clicando aqui