Como você descreveria um humano ideal para viver em sociedade? Aquele que se distingue dos demais por agir com racionalidade? Possuir grande capacidade mental e habilidade para desenvolver utensílios e adquirir conhecimento? Ou definir como bondoso, generoso, compreensivo e tolerante? Para tudo isso, é necessário (ética-caráter e moral-bons costumes).
Diante do conceito apresentado, você se conceitua como humano? Familiares, parentes, amigos, vizinhos, vão lhe conceituar como humano? Dentro do cristianismo, uma única frase de Francisco de Assis, resume o verdadeiro conceito de humano: “Pregue o Evangelho em todo o tempo. Se necessário, use palavras.” Um padrão de comportamento social, que leve o indivíduo a agir em favor de seu semelhante sem usar o sofismo ou fazer-se tagarela, para alcançar objetivos, muitas vezes, recheados de egoísmo.
Humanos, são simples, humildes, voltado para a compaixão e solidariedade. Retoricamente nem sempre vive em vantagem, mas a manutenção da reputação e caráter define bem suas ações e atitudes. Vi isso exatamente isso quando estávamos assistindo uma miserável votação no congresso nacional, no poder legislativo, para vigorar ou não a denúncia contra o presidente Michel Temer, barrada ali mesmo, na Câmara dos Deputados. – Diante da vergonha Nacional – choviam vários adjetivos nas redes sociais, contra os deputados que voltaram a favor da cassação da denúncia contra o presidente.
Diante da chuva de palavras, vi um humano na rua. Não sei o nome, certamente ele nunca será lembrado nas páginas de jornal, porque se trata de um simples humano, catador de papelão. Se ele não fosse humano, poderia apoderar-se de uma arma e realizar assaltos, como fazem muitos bandidos em São Paulo ou fora de São Paulo. Poderia associar ao crime organizado, como fazem diversos criminosos em São Paulo ou fora de São Paulo. Mas ele estava ali, debaixo de chuva, catando papelão para sobrevivência. Isso que faz dele um humano. Em tempos em que há uma corrida desenfreada para a glória, sem importar os modos e os meios, ele estava catando papelão, enquanto, segundo a mídia, o presidente da república torraria 6 milhões de reais, valor que segundo o jornal Folha de São Paulo, seria oferecido a cada deputado para que ele se perpetuasse no poder.
Diante da notícia nojenta, melhor seria ficar com o humano, o catador de papelão. Poderia destacar outro humano, o André. Um simples funcionário da Cerâmica Porto Ferreira, que numa manhã de terça-feira, levou a bagagem de minha irmã por míseros dez reais até a rodoviária de Porto Ferreira. Até então, tudo normal. Mas seu feito humano ainda estaria por vir. Ela percebeu que teria deixado bagagem com documentos para trás e para sua surpresa, o ônibus chegou e não daria mais tempo para André buscar sua bagagem e levar de volta em tempo Record até a rodoviária.
Percebendo incapaz de realizar a missão a tempo, ele disparou para realizar o feitio na rodoviária de Pirassununga, com sucesso. Para quem esperasse que André cobrasse no mínimo entre cinquenta a cem reais pela corrida, enganou-se. O humano não cobrou nenhum centavo a mais, evidentemente levando prejuízo financeiro. E naquele dia, estava escrito nas páginas da história mais um feitio humano. Esse é o Brasil que me representa o Brasil de humanos.
Eu não conheço a falácia que recebeu o dinheiro noticiado pelo jornal a Folha de São Paulo para inocentar um presidente onde todas as evidências conspiravam contra o próprio. E por isso, vou deixar escrito sobre esses Humanos, que ainda existe na terra. (Por Alex Magalhães)
