Para promover a primeira feira literária de rua, entre a Paulista e a Consolação, na cidade de São Paulo, o Clube de Autores lançou um edital para selecionar oito projetos literários para a denominada Feira Literária do Baixo Augusta. O Clube de Autores é uma plataforma de autopublicação de livros, que representa mais de 10% do mercado editorial brasileiro, no que se refere à quantidade de livros publicados.
A convite do Clube, o escritor Alex Magalhães escreveu o projeto Visão Por Um dia, que se tratava de um Varal Literário expondo um pequeno acervo da literatura do Magalhães, como uma palestra sobre Segregação Racial. Tema do décimo primeiro livro do escritor.
Contemplado entre os selecionados para participar da feira, Alex conta que se sentiu realizado. “A parte triste é que a falta de livros, não permitiu que os livros fossem comercializados na feira, mas a participação para mim, já era um grande ganho e fiquei feliz em está inserido num grande movimento literário, que faz parte de meu mundo”.
No entanto, o escritor diz que há falta de incentivo e apoio cultural e sempre precisa contar com o apoio de amigos e algumas empresas que estão sempre incentivando o escritor. Desta vez, não foi diferente, e ele agradece ao Élcio Arruda, Marcelo Ozelim, na questão de condução e o incansável Renan Arnoni, que luta ferozmente para promover a cultura em Porto Ferreira, indo além de um simples gestor cultural. “Ainda bem que sempre houveram os heróis para salvar a Pátria. Senão, o clamor da cultura seria um eterno clamor, como de uma virgem sendo violentada, desabafa Alex”.
Quanto a apresentação do escritor na Feira Literária, Magalhães garante que conseguiu levantar a bandeira defendida no seu décimo primeiro livro, ainda em fase de edição. Uma bandeira que, segundo o escritor, trata-se de uma realidade por ele vivida no interior do Rio Grande do Sul, quando por lá passou realizando missões. “Até então havia conhecido o racismo, mas ali conheci o ódio racial. Isso tudo junto e agregado, foi uma experiência jamais esquecida, que está registrada nas páginas do livro Quebrando Algemas para Libertar a Mente, um livro que o escritor garante que vai ficar para a história, a revolução causada no mercado editorial já é uma amostra desta eclosão", explicou o autor.
Alex esclarece ainda que a literatura precisa de espaço, mas também de apoio, pois ninguém vive só de sonho. Para se ter ideia, Magalhães deparou-se com a realidade literária de escritores de outras cidades e Estados, cujo incentivo é primordial para o crescimento, onde uma escritora carioca declarou que o Estado do Rio de Janeiro fez esse reconhecimento da importância de ter alguém que despertou a consciência para entrar em um mundo hostil que conta com 12,9 milhões de analfabetos, segundo o IBGE, e que hoje vive apenas da literatura. “Sou formado em serviço social e estou à procura de um trabalho no atual momento, pois sei que tenho muito a ofertar para o mercado de trabalho, quanto literário. Meu progresso significa progresso de pessoas desassistidas, sem esperança por falta de oportunidade, garante o escritor. E Alex finaliza, brincando: “E se tiver alguém com um olhar aguçado, precisando de um profissional inteligente, me procure.”
