Palestras educativas, rodas de conversa, exibição de documentários, apresentações de danças e até um desfile de modas, tudo isso aconteceu durante a Semana da Consciência Negra realizada em Porto Ferreira. O evento, que ocorreu entre os dias 19 e 23 de novembro, foi organizado pela Secretaria de Cultura e contou esse ano com a participação de algumas escolas estaduais, como a Escola Washington Luiz, Pedrina Pires Zadra e Dr. Djalma Forjaz.
A Semana também homenageou o Mestre Moa de Katendê, importante compositor baiano, percussionista, artesão, educador e mestre de capoeira, assassinado aos 63 anos no último dia 8 de outubro após o primeiro turno das eleições gerais no Brasil. Os artistas ferreirenses Marcos de Gouveia e Vanessa Zanini realizaram uma pintura em homenagem ao mestre. Segundo Marcos “a obra foi um convite da Secretaria da Cultura, foi feita a proposta de fazer uma reprodução da imagem do mestre Moa, e a gente encarou, como a gente sempre encara, por que agente gosta de fazer e fizemos em uma tarde, tanto o risco como a pintura”, destaca ele ao falar da pintura feita em tela com tinta acrílica.
Para Jack Theodoro, uma das organizadoras da Semana, “a importância do evento é principalmente com as crianças, elas são a base, eu como negra sei o que eu passei na minha infância, na minha adolescência, foi um processo muito complicado de aceitação, hoje eu me aceito, mas a luta contra o preconceito é diária”. Ela ainda explica que “quando você tem o senso crítico, você se posiciona, quando você se posiciona, você absorve informação, e quando você absorve informação você tem poder, se você tem poder, você se empodera, por que quando você é empoderada e alguém olha pra você e diz ‘o cara de empregada’, ‘o cabelo ruim’, aquilo te afeta, mas você não se omite, você se posiciona e tenta mudar isso”.
Segundo o Secretário da Cultura Régis Berreta, o evento foi “organizado pela Secretaria e pelo Conselho Municipal da Comunidade negra e teve um envolvimento muito grande das pessoas, dos conselheiros, para agregar na programação”. Para ele “atividades como essa que me deixam mais satisfeitos com o trabalho da Secretaria da Cultura, por que são atividade de valorização da cultura e também de discussão de alguns assuntos que estão dentro da cultura de uma sociedade e aí eu digo ‘cultura’ nas duas visões, como arte, como manifestação e a cultura como costumes, como hábitos”.
Por Felipe Lamellas