Na última terça-feira, 28, a exposição “Jean Gabriel Villin – um francês à brasileira” promoveu o encontro de dois especialistas para falar sobre a cerâmica. A data não poderia ser mais propícia: o Dia do Ceramista e o aniversário de Jean Gabriel Villin, homenageado da exposição, que completaria 113 anos. O artista veio para Porto Ferreira na década de 1920 exatamente para trabalhar na “Fabrica de louças” que se instalava no Município.
Na primeira parte, o professor de sociologia e fotógrafo Guilherme Zullo mostrou como a cerâmica esteve presente desde o início da história da humanidade sempre relacionada ao contexto cultural e religioso dos povos, iniciando na África, há mais de 20 mil anos até a América, onde os achados arqueológicos são mais recentes. Na palestra, Zullo mostrou como o trabalho em argila está profundamente ligado à interação dos seres humanos com os elementos da natureza e, como nas pinturas rupestres, funciona como um registro histórico da evolução humana nos seus mais variados aspectos.
Na sequência, o pesquisador da história de Porto Ferreira e autor do livro “Aspectos Históricos de Porto Ferreira”, Miguel Bragioni, fez uma retrospectiva da história de Porto Ferreira desde o início do século XX até os tempos atuais. Na década de 1920, na esteira da cultura cafeeira e no início da industrialização do país, houve o investimento dos fazendeiros da época, criando em Porto Ferreira a primeira “Fábrica de Louças” (na qual o francês Jean Gabriel Villin veio trabalhar como designer). Com a crise do café e da economia mundial em 1929, a Fábrica faliu. Somente nas décadas de 1940-1950 o segmento ressurge com força, progredindo cada vez mais até que na década de 1980, a cidade se estabelece como a “Capital Nacional da Cerâmica Artística e da Decoração”.
Para o supervisor de ensino da rede municipal de Porto Ferreira, Tiago Thomas Garcia, que acompanhou alunos da escola municipal “Mário Borelli Thomaz”, eventos como esse valorizam o estudo da cultura local, conectando-a à cultura global. Já para a gerente de indústria cerâmica, Simone Machanoker, a noite foi muito rica em conteúdo: “Muitas informações que ouvi aqui hoje eu não conhecia, mesmo sendo ferreirense. Foi sensacional e agregou muito conhecimento!”, disse. Bruno Caio Rodrigues, instrutor do SENAI de Rio Claro, veio motivado pelo tema com o qual trabalha: “Eu trabalho com cerâmica e para mim foi muito interessante saber como se deu essa relação da cerâmica com a evolução humana e também a forma como a cerâmica promoveu o desenvolvimento de Porto Ferreira”, disse o instrutor.
A exposição “Jean Gabriel Villin – um francês à brasileira” vai até a próxima sexta-feira, dia 31, na sede social do Porto Ferreira Futebol Clube, sempre das 10h às 18h com entrada Franca. A exposição é uma realização da Ideologie, Secretaria Estadual de Cultura e Governo do Estado de São Paulo, através do ProAC. Conta com o apoio do Recanto do Leitoa, da Kurashiki e da Prefeitura de Porto Ferreira. Tem o apoio cultural do Porto Ferreira Futebol Clube, Porto FM e EPTV, com o patrocínio máster da MarGirius.
Por Assessoria de Imprensa – Clip Comunicação – Evandro Denzin (MTb 39.413/SP)
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