Porto Ferreira Ontem – 1939, é decretada a ampliação de nosso município

O território de Porto Ferreira se deve a terras de Pirassununga, Santa Rita do Passa Quatro e Descalvado. Está, pois, a explicação do tamanho inferior ao das cidades onde confrontamos limites. Vários foram os episódios da ampliação territorial do município, contudo, por termos um registro fotográfico importante, é oportuno divulgá-lo e recorrer à descrição do pesquisador Flávio da Silva Oliveira, que participou do acontecimento na época.

O Decreto-Lei nº 311, de 1938, estabeleceu as normas sobre a divisão territorial no país. Após a sua promulgação, o professor Sud Mennucci, tio de Flávio, e que havia lecionado em Porto Ferreira, fez parte de uma comissão especial destinada a estudar os casos do Estado de São Paulo; entrou em contato com o prefeito Nelson Pereira Lopes e lhe solicitou informações para analisar os pontos geográficos de nossa cidade.

O professor Flávio e um “caboclo”, assim por ele descrito, de nome Zé Maria, trataram de percorrer os locais citados por Sud Mennucci, a cavalo, em dois dias, anotando os pontos das possíveis divisas.

Com as informações recebidas, o Governo do Estado baixou o Decreto-Lei nº 9.775/1938, a 30 de novembro, estabelecendo a divisão administrativa do Estado, e na ocasião Porto Ferreira passou de 166,5 km² (presumidos) para 210 km². A Ilha dos Patos, o ponto mais baixo do município, foi incorporado em razão dessa ampliação.

Como previsto no Decreto-Lei, o prefeito agendou uma sessão solene na Prefeitura para oficializar o acontecimento, e Porto Ferreira passou a ter as seguintes divisas:

“Com Santa Rita, começam no rio Moji Guaçu onde faz barra o córrego da Barra Grande ou Agua Vermelha. Sobem por aquele até a foz do córrego do Barreiro, pelo qual sobem até a sua cabeceira oriental; seguem pelo espigão divisor das águas do rio Claro, à esquerda o Moji Guaçu, à direita, até a cabeceira mais ocidental do córrego Itaoca, que é o ramo final do Ribeirão das Pedras, pelo qual descem até a barra do córrego da fazenda Santa Clara. Com Palmeiras começam no Ribeirão das Pedras até o desaguadouro da lagoa da Venda. Com Pirassununga, começam no desaguadouro da lagoa da Venda no ribeirão das Pedras, vão daí, em reta, à cabeceira do córrego da fazenda de Francisco Franco, pelo qual descem até o ribeirão Pedra de Amolar, por este acima até sua barra no rio Moji Guaçu; sobem pelo Moji Guaçu até a embocadura do ribeirão Laranja Azeda, e subindo ainda por este e pelo córrego do Lobo, até sua nascente mais ocidental, vão daí em reta, Leste-Oeste, até encontrar o Ribeirão Santa Rosa, pelo qual sobem até a barra do córrego do Bebedouro. Com Descalvado – Começam na confluência do córrego Bebedouro no Ribeirão Santa Rosa, vão daí em reta à nascente do córrego do Sapé, pelo qual descem até o ribeirão Areia Branca, procuram daí, em reta, a barra do córrego do Paolinho, no rio Bonito, pelo qual sobem até a confluência do córrego Capitinga; continuam a subir pelo Capitinga e pelo seu braço mais setentrional até sua cabeceira; vai daí, em reta à cabeceira mais meridional do Córrego João Bias, descendo em seguida por este e pelo córrego Barra Grande ou Agua Vermelha, até o rio Moji Guaçu, onde tiveram início estas divisas.”

Na foto histórica daquela solenidade, de 1º de janeiro de 1939, vemos, de acordo com os números: 1) Francisco Denunci (coletor federal), 2) Tenente Custódio Marques (delegado de polícia); 3) Nicolau de Vergueiro Forjaz (industrial); 4) José da Rocha Cupido (secretário da prefeitura); 5) Geraldo Caprióglio (secretário da sessão); 6) Nelson Pereira Lopes (prefeito municipal); 7) Syrio Ignatios (contador da prefeitura e orador oficial); 8) Jandira Fortes Denunci (professora); 9) Hermínia Fernandes Lopes (escrivã do cartório de registro civil e primeira dama); 10) Miguel Borelli Thomaz (coletor estadual); 11) Casemiro de Moraes Dias Júnior (secretário-tesoureiro da prefeitura); 12) Benedito Atab Miziara (agente da Caixa Econômica Estadual); 13) Idomeu Ferreira Gomes (redator); 14) Joaquim Rodrigues Ribaldo (sitiante).

Uma praxe da época, pelo simbolismo patriota, era pendurar a imagem do Presidente da República em locais públicos, e até mesmo nas residências. Por tal, vemos o retrato do Getúlio Vargas, à direita. À esquerda, atrás da balaustrada, como não podia deixar de ser, a banda municipal preparada para encerrar a cerimônia com entusiasmo. O evento contou com a presença de 95 pessoas. Poucos anos depois, o município teve nova ampliação atingindo aos 240 km².

Por Miguel Bragioni

Pesquisador da história de Porto Ferreira

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Foto: acervo do Museu Histórico e Pedagógico “Prof. Flávio da Silva Oliveira”.

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