Em continuidade, as colônias que existiram na propriedade eram:
- São Raphael: localizava-se entre o cafezal, próxima a uma mina de água que desaguava no Córrego dos Patos. Ao contrário das outras colônias, esta possuía pouquíssimos prédios construídos;
- Boa Esperança: era servida por pastos e um pomar. Encontravam-se prédios onde residiam algumas famílias, a elegante casa do administrador e a escola da fazenda. Tal colônia se denominava como “bairro” para os moradores de Porto Ferreira, de acordo com as notas do registro da EMEF SudMennucci;
- Santa Marianna: cerca de uma dezena de propriedades existiam nesta colônia. Em suas proximidades, destaca-se o tanque, uma espécie de represa. Situa-se do outro lado da colônia Botafogo, tendo por divisa, o Córrego dos Patos. No local, prevaleciam um grande pasto, a olaria da fazenda e o moinho “tocado a água para fazer fubá”, como esclarecia o aposentado Toninho Presotto;
- Botafogo: de acordo com relatos de ex-colonos, este agrupamento possuía cerca de 30 casas. Todas as residências, paralelas, avistam pelos fundos o Córrego dos Patos. Próximo do local, existia um largo pasto, além da estrada para a “Fazenda Velha”;
- S´Olimpia: com considerável agremiação de casas, era servida pelo Córrego Santa Olímpia e se localizava no centro do terreiro de café, próximo da Fazenda Capão Bonito. Entre as habitações e o córrego, cultivava-se um capinzal;
- Morgado: com relativo número de colonos e algumas construções; situava-se na divisa com a Fazenda Capão Bonito, paralela ao Córrego dos Patos. O senhor Toninho Presotto argumentava: “lembro da família Morgado, quando eu era criança. Eles eram amigos de meu pai”.
- Fazenda Velha: a mais distante moradia. Localizava-se num lugar onde, mais tarde, foi conhecido pelo nome de “Retiro”. Duas estradas alcançavam este agrupamento. Ao seu redor, existiam os campos e as invernadas de campo, totalizando 170 alqueires. Era servida pelo Córrego da Fazenda Velha que desembocava no Córrego da Água Parada.
Percebe-se, diante do exposto, o número significativo de colônias existentes na Fazenda Santa Mariana.
Contudo, para alcançar uma estimativa de colonos que habitaram a propriedade, torna-se inevitável recorrer à análise dos livros-caixa restantes e do importantíssimo “Relatório da Freguezia de Porto Ferreira”, de 1904, do diligente padre Moysés Nóra, pelos quais se estima, em meados do século XX, a presença de aproximadamente dois mil e quinhentos colonos na propriedade (Porto Ferreira possuía 11500 habitantes).
É interessante, pois, afirmar que muitos eram imigrantes europeus, tais como portugueses, italianos, húngaros, alemães, espanhóis, etc.
Por outro lado, a presença e a proliferação de negros também eram marcantes no local.
Atualmente, sobrevivem apenas três agrupamentos de casas na fazenda, localizados nas colônias Botafogo, Santa Mariana e Boa Esperança.
Por Miguel Bragioni – Pesquisador da história de Porto Ferreira
* Extraído do capítulo 2 do livro Aspectos Históricos de Porto Ferreira.
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Fotos: (1) Colônia Botafogo; (2) Colônia Santa Marianna, fotografias de Paulo Sérgio Pissinatti, 2010, pertencentes ao Centro Histórico e Cultural da Fazenda Santa Mariana.