Só os Moraes Moreiras entenderão:
“Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso
Jogando meu corpo no mundo
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto
E passo aos olhos nus
Ou vestidos de lunetas
Passado, presente
Participo sendo o mistério do planeta.”
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Faz rir, para não chorar. É muita cara de pau colocar a culpa no Comitê da COVID-19 pelo retorno da Zona Azul. Será mesmo que foi porque o povo se aproveitou para usar as vagas do estacionamento rotativo pago? Há algo de podre no reino da Dinamarca?
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Cara de pau é esse prefeito que ainda não admitiu que fez a concessão da Zona Azul para uma empresa de meia tigela, que não tem a mínima responsabilidade social e muito menos possui consideração com o trabalhador ferreirense. Algum motivo tem para ter tanta adoração pelos serviços, que deixam a desejar.
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Considerando que no Brasil ainda existe uma lei trabalhista em vigor, os monitores que foram demitidos da Zona Azul não poderão retornar ao trabalho. Ou teve maracutaia?
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E como fica a situação dos novos monitores da Zona Azul? Já receberam o treinamento adequado ou vão começar de supetão? Eles sabem atuar com os corretos hábitos de higiene e sem promover aglomerações como determina o decreto? Será que saberão manter a distância de um metro?
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Não adianta fugir do fato: quem ficará responsável pela higienização e limpeza dos parquímetros. A empresa concessionária vai disponibilizar um recipiente de álcool gel para não infectar os usuários? Onde ficará guardado esse recipiente?
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Os monitores que foram demitidos receberam as indenizações trabalhistas conforme a Lei? ou a empresa de meia tigela “está pisando na bola”. Pelo jeito trata-se de uma empresa irresponsável socialmente, pois cobrar dos usuários a vista e não paga corretamente, de acordo côa Lei, suas obrigações. Isso pode Arnaldo?
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Mais uma vez a imprensa e as redes sociais obrigaram o prefeito RR a trabalhar. Parece um papagaio que fica falando e repetindo a mesma coisa. Aparece com aquela cara de donzela arrependida para dizer que a culpa é do Dória e do presidente.
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Quem adora a avenida Dr. José Ferreira de Azambuja é o pessoal que frequentava as boates de sábado à noite e as domingueiras do clube. Dá até dor na vista aquelas luminárias de LED piscando sem parar.
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Será que não caiu a ficha da pessoa responsável? Se a concessionária não aceita dar manutenção nas luminárias, pois não há um padrão no equipamento, é porque as lâmpadas não possuem certificação no País.
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PRIMEIRO ATO.
Era uma vez…uma prefeitura de uma cidade muito, mas muito distante. O prefeito aprendeu que falar com as bochechas inchadas como um tocador de pistão e que soprar como se estivesse enchendo uma bexiga deixava os servos do castelo com vergonha.
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O prefeito dessa cidade muito, mas muito distante, depois de ter conquistado a opinião de uma meia dúzia de filhotes de asnos, aprisionou em uma cela uma centena de utopinianos. Esses lamentavam invocando os céus e inteligências superiores por terem conhecido Pantagruel, o renomado prefeito.
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O prefeito Pantagruel gastou todo o dinheiro que tinha para comprar uma ponte. Seu desejo era devorar toda a comida do castelo e jogar pela janela todo o dinheiro que o povo havia dado para ele.
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Em quatro luas, Pantagruel esbanjou e dilapidou toda a renda de seus vassalos. Não propriamente dilapidou em construção de colégios e hospitais, ou elevações de templos. Gastou todo a fortuna em mil pequenos banquetes e festins alegres, abertos a todos os passantes, queimando grandes troncos para vender as cinzas, tomando dinheiro emprestado, comprando caro e gastando antes de receber.
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SEGUNDO ATO
Pantagruel foi advertido do caso, não se mostrou de modo algum indignado, irritado e aborrecido. Encarava as coisas com normalidade, interpretava favoravelmente todos os seus atos. Jamais se atormentava, jamais se escandalizava.
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Apenas chamou Panúrgio à parte e docemente o incomodou. Da boca do prefeito Pantagruel ouviu-se algo parecido como: “Se assim quisesse viver, e não se comportasse de outro modo, impossível seria, ou pelo menos muito difícil, jamais torná-lo rico.
— Rico?, respondeu Panúrgio. É esse vosso pensamento? Cuidais me fazer rico neste mundo?
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No outro dia, Panúrgio redige em um pergaminho em letras tremidas:
— Da prudência, tomando o dinheiro adiantado. Pois não se sabe quem morde nem quem dá coice. Quem sabe se o mundo ainda vai durar três anos? E mesmo que ele dure até mais, há homem tão louco que prometa viver três anos?
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TERCEIRO ATO.
Mas, pergunta Pantagruel, quando estareis livre das dívidas?
— Quando todo mundo estiver contente, e for herdeiro de si mesmo, respondeu Panúrgio.
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Olhando em um espelho convexo, o prefeito Pantagruel balbucia:
— Ó, belas palavras! Por esse padrão figurais todos os membros, emprestadores, os que tomam emprestado, devedores: quer dizer em seu natural. Pois a natureza só criou o homem para emprestar e tomar empretado.
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O vassalo Tianeu entendeu o recado. Pantagruel detesta os devedores e emprestadores. Tentou demovê-lo da vontade primitiva. Pois nada adiantou ter sido persuasivo.
— Mas eu voz digo, Tianeu, se imaginais um afrontador importuno pedinhão, entrando de novo em uma cidade já advertida de seus hábitos, vereis que em sua entrada os cidadãos estarão mais assustados e amedrontados do que se a peste ali entrasse vestida.
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ATO FINAL
O guloso Pantagruel não deixava de pensar um dia em sua ponte particular. Mas ele sabe que somente se deveria emprestar quando a pessoa, trabalhando, não pôde com seu labor conseguir o seu ganho, ou quando é atingido de súbito pela perda inopinada de seus bens.
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EPÍLOGO
O prefeito Pantagruel pensava consigo mesmo do alto do castelo:
— Deixemos, pois, esses propósitos, e de agora em diante não vos prendais a credores. Do passado eu vos livro.
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A esse episódio também deram o nome de “"Os horríveis e apavorantes feitos e proezas do mui renomado Pantagruel”.
FIM.
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Reza a lenda que o dono da empresa flexível está sofrendo de amor. O cara é só sofrência. Todos sabem que essa paixão ainda não é correspondida. A moça não sai de casa porque está de quarentena. E o Ginga sofre demais…
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Parabéns à atual administração por realizar mais uma solenidade simbólica e virtual, sem cerimônia presencial, devido à pandemia do novo coronavírus. Sem os aplausos e os tapinhas nas costas a política fica mais sincera e com menos baba-ovos.
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É nítido o descontentamento do setor empresarial com o governo Rômulo. Onde está o projeto da rotatória da SP-215 na entrada da fábrica de pratos? Onde está o verdadeiro projeto de revitalização da Avenida do Comércio? E os empresários da região central? Que respaldo obtiveram da Prefeitura? E os comerciantes da rua Nelson Pereira Lopes e imediações? E os estabelecimentos da Avenida Gastronômica?
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O Cidão Chovê, a Rosinha Chuvisco, o Salvador Beleza, o Lazinho Cadeado e a Nê lavam diariamente as mãos com sabão e água corrente. Eles adoram ouvir o ministro Mandetta na televisão.
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O Senhor Voto de Minerva, vulgo Cabôco Mamadô, conseguiu um feito inigualável. Deixou passar um documento que foi assinado por todos os vereadores. Puff!Puff!Puff! Coisa cheirosa, a coisa está nervosa.
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O Cabôco Mamadô, que na verdade se esconde sob a toga do Senhor Voto de Minerva, deu uma de João Sem-Braço e enganou os colegas que assinaram por indicação desse malético.
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O passarinho verde e o anu branco estão um pouco assustados. A Secretaria de Saúde relatou dificuldades para aquisição de materiais como máscaras cirúrgicas, aventais descartáveis, álcool em gel 70%, álcool 70%, papel lençol e luvas de procedimento. Como assim?
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Os eleitores querem saber por qual motivo tem “político” achando que está sendo perseguido pela imprensa. Quem tem mania de perseguir acha sempre que está sendo perseguido.
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Da série a série: “Eles não vão nos pautar”. A Prefeitura abriu concorrência para instalar internet e oferece sinal “wi-fi” nas praças públicas da cidade? Não precisa tomar fosfosol para saber que a pauta positiva saiu dessa coluna que postou no ano passado essa necessidade. Mais uma vez RR mostra que só trabalha pressionado.
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O nosso querido “Detritódromo”, lá pelas bandas do Jardim Águas Claras, também conhecido como “Famosão”, vai muito bem obrigado. Graças ao empenho do pref…., digo, da imprensa e das redes sociais que insistiram até o que o local fosse limpo.
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Mais um capítulo da novela “Câmara à la carte”. A pedido do czar-mor RR, o Grande Ripanopovo, quer que os vereadores ampliem o isolamento social para a estratosfera para atingir os astronautas que estão em órbita. Será que o verme passeia na lua cheia?
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Só os Novos Baianos entenderão:
“Besta é tu, besta é tu, besta é tu
Besta é tu, besta é tu, besta é tu
Não viver nesse mundo
(Besta é tu, besta é tu, besta é tu)
Se não há outro mundo
(Porque não viver?) Não viver nesse mundo
(Por que não viver?) Se não há outro mundo
(Por que não viver?) Não viver outro mundo
Besta é tu, besta é tu, besta é tu
Besta é tu, besta é tu, besta é tu.”
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O título da coluna é uma homenagem aos “payaguaes” ou paiaguás, grupo indígena que, segundo a história, habitava o vale do rio da “Cobra Grande”. Tinham um código de honra que impedia que um guerreiro recuasse em batalha.
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Afinal, do bambu saem as flechas. Enquanto ainda existir bambu, lá vai flecha.