Inaugurada no início da pandemia, a Faculdade do Comércio de São Paulo (FAC-SP) acaba de completar o primeiro ano de atividades cumprindo seu principal objetivo: qualificar e inserir o varejo no universo digital.
Como única instituição de ensino brasileira a focar seus cursos exclusivamente no varejo, sua chegada ajudou a reforçar uma necessidade que já existia: a qualificação do setor, que se tornou premente diante das medidas restritivas, segundo o diretor geral da FAC-SP, Wilson Vitório Rodrigues.
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Mas uma das maiores conquistas da FAC-SP nesse primeiro ano foi sua recente aprovação, com nota máxima do MEC (Ministério da Educação), para oferecer cursos superiores na modalidade EAD (educação a distância). A última etapa para isso acontecer é o credenciamento pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro.
Com isso, a modalidade de ensino não-presencial será levada para as 420 associações comerciais do estado de São Paulo. No momento, há pelo menos 45 associações do Interior paulista que estão se preparando para se tornarem polos credenciados de EAD dos cursos ministrados pela FAC-SP, de acordo com Rodrigues.
O objetivo, afirma, é amplificar o projeto educacional em todas as regiões do estado, com meta de qualificar 10 mil alunos em sete anos. Para mais informações sobre a Faculdade do Comércio, clique aqui.
SOFT SKILLS E O VAREJO 4.0
Para implementar cursos como Gestão Comercial, Administração, Gestão em Recursos Humanos, Gestão em Logística e Sistemas para Internet na FAC-SP, a equipe acadêmica visitou pequenos, médios e grandes varejistas para que eles pudessem contar quais as carências dos profissionais do mercado.
Feita a aproximação, o projeto passou a contar com o apoio de varejistas como Magazine Luiza, Preçolândia e Riachuelo. Algumas até reconheceram que a iniciativa privada não tinha essa preocupação, diz Rodrigues.
Em síntese, a ideia principal da FAC-SP, de acordo com seu diretor geral, é formar empreendedores, comerciantes, comerciários e varejistas em geral em profissionais adaptados a esse novo cenário.
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"Tem tantas empresas fechando… Se a qualificação já era importantíssima para o progresso do varejo, agora ela se tornou absolutamente imperativa", afirma Rodrigues.
Assim foi criado o modelo acadêmico baseado no desenvolvimento de competências (ou soft skills), voltado para a carreira no varejo e focado em habilidades atreladas à digitalização, sob o comando do economista Roberto Macedo, diretor acadêmico da FAC-SP e responsável por montar o corpo docente da faculdade.
Doutor em economia pela Universidade de Harvard, com pós-doutorado na Universidade de Cambridge, o professor Macedo também já foi secretário especial de Política Econômica do Ministério da Fazenda, além de diretor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP).
Vencidos os desafios de ajustar o conteúdo e adaptar professores e alunos para o modelo de aula on-line por meio de plataformas como Zoom ou Teams, o desafio da grade curricular era enfatizar a transformação de conhecimentos em qualificações ou habilidades (skills). E sempre priorizando a comunicação, explica.
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Por isso a ideia de atrair professores mestres e doutores com experiência no mercado. Em sua avaliação, não adianta ser um doutor acadêmico, mas que ensina à moda antiga e tem dificuldade em dialogar com alunos.
Com a digitalização como elemento importante da metodologia da FAC-SP, uma das grandes novidades para esse ano será levar à sala de aula modelos de plataforma como as da Salesforce, Omni ou Totvs, para que os alunos aprendam na prática como operar softwares de gestão empresarial voltados ao varejo.
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Fonte: https://dcomercio.com.br/