A mente é um campo de batalha. Por essa estrada há a decisão racional por onde se deve caminhar, ou não. A mente tem a façanha de projetar o indivíduo para o mundo dos heróis ou dos vilões, da democracia ou da escravidão mental.
Há tempos, a psicologia e a psicanálise vêem traçando o perfil psicológico de grandes vencedores assim como o perfil sombrio e macabro de grandes psicopatas da liberdade moral. Tanto os vencedores quanto os psicopatas nascem na mente do mundo. Um mundo que aprendeu amar a odiar. Lázaro Barbosa, que ficou conhecido nacionalmente como serial killer, é a prova disso. O vilão da aberração subversiva à vida tem feito escola. Há simpatizante da causa anátema, que canalizou o mesmo desejo por fazer fama. O crime faz fama? Faz sarcástico. Os valores morais do mundo inverteram. Chamam o mal de bem e o bem de mal. Os vilões são heróis e os heróis são os idiotas da contrafação.
É o fim? Dizem que é o Apocalipse. Qual? De Nostradamus? O Apocalipse é o fato do dia.
Há guerra, rumores de guerra, fome, terremoto, tsunami, crise econômica. Isso é Apocalipse? Isso é a mente de um mundo que aprendeu odiar a amar. Estamos todos envolvidos. O desrespeito, a prepotência, crises de raivas causadas pelo fracasso ou pelas frustrações; crises mentais (loucura conseqüente de anomalias patológicas) são as principais causas de violência no mundo.
Mundo caduco. Doente. Há afrontamento e outros tipos de violências, que podem ser interpretadas como uma tentativa de corrigir o que o diálogo não e capaz de resolver. E há humanos racionais que temem ler o livro do Apocalipse. Querem transformá-lo no Show Business da aberração. Apocalipse significa revelação. Revelação do que? Da luta entre o bem o mal. Da prepotência das grandes nações, dos grandes sistemas religiosos e políticos da terra. É o louvor dos perseguidos e injustiçados, enxergando com atraso a justiça no mundo.
Não há nenhum desejo de vingança se materializando. Se fosse assim, não seria o Apocalipse de Deus. Seria o apocalipse de Lázaro Barbosa. O apocalipse da massa. Mas Apocalipse não é o livro da massa – toda unanimidade é burra.
Sobre o apocalipse da massa, a psicóloga, Paloma de Azevedo chama atenção para um novo comportamento social. A do romantizar criminosos. E sobre as vítimas que os bandidos violentaram, vitimaram e assassinaram? Não há romantismo da mídia criando especiais em programas de televisão retratando o caos, a angústia e a tristeza das vítimas?
Ao retratar as crueldades do novo “herói nacional”, a mídia sensacionalista popularizou sua crueldade, levando a estúpida imaginação e doentia de criação de memes, vídeos e até músicas. Mal sabem que o APOCALIPSE É O FATO DO DIA. Não falo do Apocalipse de Deus. O apocalipse de Lázaro Barbosa, que realizou um verdadeiro massacre emocional em muitas vidas. E segundo constatou a Paloma de Azevedo, em 2013, após ter sido preso, passou por uma avaliação feita por uma junta médica. Na época tinha 26 anos e o laudo apontou características de personalidade agressiva, ausência de mecanismos de controle, dependência emocional, impulsividade, instabilidade emocional, possibilidade de ruptura do equilíbrio, preocupações sexuais e sentimentos de angústia.
E fomos convidados a assistir esse entretenimento bizarro de camarote, no conforto do sofá da sala, de forma natural. E a crítica da psicóloga é sobre uma possível comemoração da fuga do criminoso, driblando as forças policiais, como quem vibra com o drible de um jogador de futebol. Ela relata com tristeza, que alguns torceram pela proteção ao “serial killer”, ao invés de criticarem a ineficiência do Estado, a partir do judiciário quando permitem saidinhas aos criminosos que na maioria das vezes não retornam. (Por Alex Magalhães, autor do livro Quebrando Algemas para Libertar a Mente)