Em meio ao aumento generalizado da pobreza no Brasil, a disparada no preço da energia elétrica vem penalizando principalmente a população de menor renda, que não possui margem de manobra para cortes no orçamento familiar.
Dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) ajudam a dar a dimensão do quanto esses impactos são diferentes. O peso da alta da conta de energia no bolso das famílias mais pobres é três vezes e meia maior do que o impacto para as famílias de maior renda.
De acordo com cálculo do instituto, para as famílias de renda muito baixa, a alta da energia elétrica representou 6,9% da variação de preços neste ano. Para as famílias de alta renda, esse percentual foi muito menor, de 2%.
Ontem, o governo criou uma nova bandeira tarifária, que a partir de hoje (dia 1°) irá encarecer a conta de luz em até 7,5%.
“A inflação alta é ruim para todo mundo. Mas as famílias de renda mais alta têm uma sobra do seu orçamento que elas podem poupar, tem uma cesta de consumo de supérfluos. Em momentos como esse, podem poupar menos ou não poupar ou reduzir o consumo. Mas os mais pobres não têm essas opções”, aponta Maria Andréia Lameiras, pesquisadora do Ipea.
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, a prévia da inflação oficial do Brasil, mostrou que a variação de preços no acumulado dos últimos 12 meses já está em mais de 9%, e continua acelerando: foi de 0,89% em agosto, a maior variação para o mês desde 2002.
“A inflação dos mais pobres já passou dos 10% em 12 meses, enquanto a dos mais ricos está em 7%”, diz Lameiras. “Isso foi puxado por alimentos e preços administrados, como energia, gasolina e gás de cozinha”.
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Fonte: 6minutos.uol.com.br e g1.globo.com