Desde 2014, a Polícia Civil de São Paulo não realiza concursos para peritos criminais. À espera de um novo edital, o déficit para carreira já chega a 15%. Há mais de 200 vagas em aberto para esse cargo, em diferentes especialidades.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo (SINDCRESP), Eduardo Becker, o serviço público está sucateado, faltam condições de trabalho, recursos e servidores.
“Faltam recursos e faltam servidores. Há uma publicação no Diário Oficial de fevereiro de 2021 na qual aponta que o déficit para carreira de perito criminal é na ordem de 15%. Na capital esse déficit é maior. O SINDCRESP vem pleiteando junto à Secretaria de Estado de Segurança Pública a abertura de concursos”.
O representa sindical explicou que os pedidos para novos concursos vêm sendo negados pelo governo do Estado. A justificativa apresentada é a Lei Federal 173/2020, que restringe novas contratações durante a pandemia da Covid-19.
“O governo alega que essa lei impede a abertura de concurso, mas ela impede para fins de criação de cargos e não para reposição de cargos vagos. Então, o governo de São Paulo pode sim fazer os concursos imediatamente”.
Atualmente, segundo dados do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), há o total de 14.960 cargos sem preenchimento na PC SP . A maior carência é para investigador com mais de 3 mil postos em aberto.
Além da falta de pessoal, outro ponto de reivindicação da categoria é sobre os baixos salários para os policiais civis. Ao ser eleito como governador, João Doria prometeu tornar a PC SP a mais bem paga do país. Porém, esse compromisso ainda não saiu do papel.
Para perito criminal, por exemplo, o Estado de São Paulo paga o 23º salário para o seu profissional. “Isso faz com que os profissionais daqui prestem concurso em outros estados e acabem migrando para lá”, explicou o presidente do SINDCRESP, Eduardo Becker.