As taxas dos títulos públicos operam mistas na tarde desta segunda-feira (21). Enquanto as taxas dos prefixados avançam, os títulos atrelados ao IPCA recuam.
Segundo Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, o movimento de juros local corrige a dinâmica da semana passada quando as taxas de juros caíram na expectativa de que o Copom estava próximo de terminar o ciclo de alta na Selic.
ntre os fatores que puxaram a alta nas taxas hoje estão: a disparada nos preços internacionais das commodities, principalmente agrícolas, pela falta de avanço nas negociações entre Rússia e Ucrânia. “Há temores de que o conflito seja prolongado, o petróleo subiu pela notícia do ataque em uma refinaria da Saudi Aramco no fim de semana”, destaca Borsoi.
O economista também cita o avanço nas taxas de juros dos Estados Unidos, após comentário hawkish (maior preocupação com a inflação) de Jerome Powell e Raphael Bostic. “Eles reforçaram que o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) pode ficar mais agressivo no ciclo de alta e que o processo de redução de balanço do Fed deve ser mais acelerado do que foi em 2018”, afirma o economista.
Estes movimentos reforçam a ideia de que os juros americanos devem continuar subindo neste ano e em 2023.
No cenário local, investidores monitoram o reajuste dos fretes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o debate em relação a subsídios sobre combustíveis. Borsoi avalia que estas pautas elevam o risco de uma agenda fiscal populista que reduziria o ritmo da política monetária, por causa do aumento da demanda.
No radar do mercado está ainda a ata do Copom e o relatório trimestral de inflação que devem trazer uma noção mais clara sobre qual será a taxa Selic terminal no ciclo de alta.
Dentro do Tesouro Direto, a taxa do título prefixado de curto prazo era a que mais subia. O Tesouro Prefixado 2025 entregava uma rentabilidade anual de 12,24% às 15h24, superior aos 12,12% vistos na sexta-feira (18).
Enquanto o Tesouro Prefixado 2029 e o Tesouro Prefixado 2033 apresentavam um retorno anual de 12,16% e 12,22%, respectivamente, na última atualização desta segunda-feira (21), acima dos 12,12% e 12,20% vistos na sessão anterior.
Nos títulos atrelados à inflação, o movimento era de queda. A maior baixa era na taxa do Tesouro IPCA+ 2026. O título público oferecia um retorno real de 5,50%, inferior aos 5,54% registrados na sexta-feira.
Os outros títulos recuavam entre 2 e 3 pontos-base. Já o Tesouro IPCA+ 2035 e o Tesouro IPCA+ 2045 operavam com estabilidade.
Fonte: https://www.infomoney.com.br/
Imagem: https://www.escolavirtual.gov.br