Economia: Indústria brasileira dá sinais de recuperação e aponta para patamar pré-pandemia

A indústria dá sinais de recuperação. O faturamento real e o emprego cresceram pelo terceiro mês consecutivo e acumulam alta de 6,6% e 0,5% entre novembro de 2021 e janeiro de 2022, respectivamente. Os dados são da Confederação Nacional da Indústria (CNI). 

Entre dezembro do ano passado e janeiro de 2022, o faturamento real da indústria cresceu 2,8%. Já o emprego no setor aumentou 0,1%. Embora destaque que é preciso aguardar antes de falar em recuperação sustentável da indústria, Marco Antonio Rocha, professor do Instituto de Economia e pesquisador do Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), afirma que o setor dá sinais de que está se recuperando de forma consistente. 

“Parece que depois da queda que houve com o fim do auxílio emergencial e o pacote de estímulos de enfrentamento da crise sanitária, a indústria voltou a demonstrar alguns sinais de recuperação mais significativa, sobretudo no que se refere ao emprego e à massa salarial paga pela indústria, que já vem apresentando alguns meses seguidos de crescimento, assim como o faturamento”. 

A alta no faturamento, para o professor, indica que a indústria conseguiu acomodar a pressão dos custos e manter as margens de lucro mesmo com a desorganização das cadeias produtivas e a dificuldade para importar, por exemplo. “O emprego industrial é uma boa notícia, ainda que seja um tanto cedo pra dizer se isso vai ser uma recuperação sustentável, sobretudo em relação à conjuntura econômica que a gente vive. A gente ainda tem pressões inflacionárias que vem afetando a capacidade de consumo das famílias e isso também dificulta uma recuperação mais robusta do mercado interno”, analisa. 

 

Risco de desindustrialização

Já o indicador que mede a Utilização da Capacidade Instalada (UCI), ou seja, o quanto das máquinas e equipamentos da indústria estão em uso para atender à demanda, caiu pelo sétimo mês seguido. Segundo a CNI, a UCI caiu 0,3% entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, e chegou a 79,1%. Em junho do ano passado, a UCI alcançou 83,3%, o ponto mais alto desde 2014. 

Na prática, significa que há mais máquinas e equipamentos parados do que havia em junho de 2021. Segundo o deputado Luiz Philippe, o resultado reflete uma tendência de longo prazo, que é a desindustrialização do Brasil. Ou seja, que o setor vem perdendo espaço na economia brasileira. Ele explica que o Congresso Nacional trabalha para melhorar a situação. A Lei de Liberdade Econômica é um passo importante para que o setor volte a ser protagonista, mas ainda há desafios que impedem o avanço da indústria, como leis trabalhistas “primitivas”, “ideologização” de questões ambientais e, principalmente, o sistema tributário, segundo o deputado. 

“A indústria no Brasil talvez seja o setor que mais sofre com o sistema tributário. E temos o sistema tributário mais complexo do mundo. Então, a indústria tem que se desvencilhar de um sistema tributário completamente anacrônico, que tem causado uma desindustrialização do Brasil”, acredita. 

“Não adianta a gente achar que vai voltar aos modelos industriais do século 20, em que imperava o protecionismo e você se fechar ao mercado internacional para tentar adquirir alguma competitividade do setor industrial. Isso não é possível. Temos que saber competir de indústria para indústria no sentido global”, completou o parlamentar. 

Outros indicadores
As horas trabalhadas na produção permaneceram praticamente estáveis entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022. Houve recuo de 0,1%, segundo a CNI. Mesmo assim, o indicador está acima do registrado no início de 2021 e antes do início da pandemia. O rendimento médio real também cresceu no primeiro mês de 2022: 4,2%. No entanto, segue abaixo do registrado no mesmo mês de 2021. Já a massa salarial subiu pelo terceiro mês seguido, totalizando crescimento de 5,7% no período. 

Fonte: Brasil 61

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