Há menos de um mês no cargo e precisando decolar nas pesquisas de intenção de voto, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), tem feito acenos às polícias e aposta na área de segurança na tentativa de se aproximar do eleitorado conservador.
A ofensiva de Garcia faz parte de um esforço para esconder e descolar sua imagem da do ex-governador João Doria(PSDB), que tinha a antipatia do segmento em razão de seu discurso antibolsonaro e tem alta rejeição nas pesquisas de intenção de voto.
A gestão Garcia deve anunciar nos próximos dias uma série de operações policiais buscando frear os altos índices de crimes como roubos de carros, assaltos cometidos por falsos entregadores de aplicativos e o golpe do Pix. O patamar dos crimes patrimoniais se aproxima do registrado antes da pandemia, e as autoridades o relacionam ao aumento da circulação de pessoas.
Na semana passada, o governador trocou o comando da PM e da Polícia Civil e empossou nomes operacionais nas chefias, que estavam diretamente ligados à organização de tropas ou investigações. À frente da Polícia Militar está o coronel Ronaldo Miguel Vieira, que chefiava a Tropa de Choque. No comando da Civil, está Osvaldo Nico Gonçalves, delegado de diversas operações que desarticularam quadrilhas na capital paulista.
O investimento em Segurança sempre rendeu votos para os tucanos entre os eleitores paulistas e é pauta cara entre os mais conservadores. De acordo com aliados do governador, diante do avanço do pré-candidato de Jair Bolsonaro ao governo e ex-ministro, Tarcísio de Freitas (PL), nas intenções de voto em São Paulo, a prioridade à Segurança para a imagem da campanha de Garcia tornou-se mais urgente. Não por acaso, o governo estadual quer ampliar de forma ostensiva o número de policiais nas ruas na tentativa de aumentar a sensação de segurança da população.
Nome do presidente Jair Bolsonaro no estado de SP, Tarcísio tem procurado se aproximar das forças de segurança do estado. Uma de suas primeiras sinalizações a esse eleitorado foi a promessa de acabar com as câmeras instaladas nos uniformes dos integrantes da PM. O ex-ministro tem afirmado que as câmeras limitam a ação dos policiais e podem até representar uma ameaça para eles.
Apesar das mudanças promovidas nas policiais, fontes da área veem com ceticismo a possibilidade de uma melhora relevante nos roubos de rua, atribuindo a situação ao aumento das disparidades sociais na pandemia, que teriam causado o que chamam de "epidemia de roubos e furtos".
Policiais experientes veem as mudanças mais ligadas a uma tentativa de Garcia de dar uma marca ao seu governo e ainda apontam problemas como a falta de efetivo, estrutura e equipamentos para que a Polícia Civil possa ampliar as investigações.
*Por Gustavo e Victoria colaboração Aline Ribeiro
Fonte: www.folhape.com.br