A falta de professores nas escolas da rede estadual de ensino de São Paulo foi muito noticiada recentemente. Dados fornecidos pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) informam que, somente dos itinerários formativos do Novo Ensino Médio, havia 44.939 aulas não atribuídas na rede (08 abr. 2022), sendo 19.996 no primeiro semestre e 24.943 no segundo.
Isso quer dizer que um quarto das aulas dos itinerários formativos estavam sem professor para ministrá-las – ou seja, todos os dias milhares de estudantes da maior rede de ensino do país ficam sem aulas.
Esse fato, é claro, não pode ser tomado como algo trivial. Afinal, qualquer projeto de educação depende da existência de professores em sala de aula. Sem professores em sala de aula estamos, de forma explícita, negando o direito à educação aos estudantes que frequentam as escolas paulistas. Mas de quem é a responsabilidade pela falta de professores na rede?
Em princípio, essa resposta não parece simples, pois a desvalorização do trabalho do professor no Brasil é histórica e tem contribuído para afastar os jovens dos cursos de formação de professores há muito tempo.
No entanto, essa desvalorização assume contornos ainda mais preocupantes no estado de São Paulo. Pesquisas recentes vêm chamando atenção para os baixos salários recebidos pelos professores paulistas, cujos vencimentos encontram-se inclusive abaixo do estabelecido pela Lei n. 11.738/2008 que criou o Piso Salarial Profissional Nacional – o valor mínimo abaixo do qual nenhum professor deveria ser remunerado.
Essa desvalorização leva os professores a, frequentemente, desistirem da docência na rede estadual, o que evidencia o grande número de pedidos de exonerações docentes, ocasionando a falta de professores na rede, prejudicando ainda mais a população pobre que tem na escola pública estadual sua unica oportunidade de ascensão social.
**Por: Andreza Barbosa Doutora em Educação e professora da PUC Campinas. Participa da Rede Escola Pública e Universidade (REPU) e Ingrid Ribeiro Doutoranda em Educação na Unifesp e professora da rede pública. Integra a Rede Escola Pública e Universidade (REPU) e o comitê diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação….
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Fonte: www.cartacapital.com.br







