Apesar de tanta volatilidade no mercado de títulos públicos, provocada principalmente pelo cenário político, a renda fixa ainda pode ser considerada uma “ilha e segurança” dos investimentos. Mesmo assim, os analistas falam em cautela.
Até o resultado do segundo turno das eleições, acreditava-se que a taxa Selic começaria um movimento de queda talvez ainda no primeiro semestre de 2023. Com o novo governo, analistas dizem agora que esse ciclo vai demorar mais para começar, possivelmente em 2024. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa foi mantida em 13,75%, patamar em que deve permanecer por ora.
O mercado não recebeu com muita simpatia a escolha do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para o ministério da Fazenda. Ele optou pelo ex-prefeito Fernando Haddad para ficar à frente da pasta. Mas caiu ainda pior a notícia de que Aloisio Mercadante, coordenador da campanha presidencial, estaria cotado para assumir a Petrobras ou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O mau humor só aumentou.
Na tarde desta segunda-feira (12), todos os títulos públicos atrelados à inflação pagavam taxas acima de 6,23%, fora a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Já a remuneração dos prefixados ultrapassava a marca dos 13,26% ao ano. A volatilidade no mercado de juros fez com que as negociações com os títulos do Tesouro Direto fossem paralisadas algumas vezes ao longo do mês – e até mais de uma vez em um único dia.