O papel do petróleo deve diminuir em todos os modais de transporte até 2050, reflexo da transição para alternativas de baixo carbono já em curso, mostra o Energy Outlook lançado nesta segunda (30/1), pela bp.
A mudança no mix de energia do segmento será dominada pela eletrificação no transporte rodoviário e maior inserção de combustíveis derivados de biomassa e hidrogênio na aviação e no frete marítimo.
O documento desenha três cenários – Líquido Zero, Acelerado e Novo momento – atualizados para levar em consideração dois eventos de grande impacto na conjuntura energética do último ano: a guerra Rússia-Ucrânia e a aprovação da Lei de Redução da Inflação nos EUA.
No transporte rodoviário, o número de carros elétricos (incluindo híbridos plug-in) e caminhões leves aumenta de cerca de 20 milhões em 2021 para entre 550-700 milhões (30-35% desse parque de veículos) até 2035 em Acelerado e Líquido Zero, e para cerca de 2 bilhões (cerca de 80%) até 2050.
Os VEs de passageiros representarão a maioria das vendas de carros novos em meados da década de 2030. O impulso viria de uma combinação de regulamentações mais rígidas das emissões veiculares, o que daria maior competitividade para os eletrificados – aumentando a preferência e aceitabilidade entre os consumidores.
No Novo Momento, a eletrificação é mais lenta, mas ainda significativa: são esperados cerca de 500 milhões em 2035 e 1,4 bilhão em 2050, com os VEs de passageiros respondendo por cerca de 40% das vendas de carros novos em 2035 e 70% em 2050.
Queda no diesel
Os cenários apontam ainda para uma mudança na dependência do derivado fóssil em caminhões e ônibus médios e pesados. De 90% de participação em 2021, os motores a diesel devem cair para algo entre 70-75% do parque global em 2035 no Líquido Zero e Acelerado e 5-20% em 2050.
De novo, a mudança principal é para a eletrificação, mas os caminhões movidos a hidrogênio também aparecem com um papel crescente, especialmente para os mais pesados e de longa distância.
“A escolha entre eletrificação e hidrogênio varia entre diferentes países e regiões, dependendo das políticas que afetam o preço relativo da eletricidade e do hidrogênio de baixo carbono, bem como das políticas regulatórias e do desenvolvimento de infraestruturas de carregamento e reabastecimento”, observa o relatório.
A maior parte desse movimento deve ocorrer na China, Europa e América do Norte, que juntos representam cerca de 60-75% do crescimento de veículos rodoviários elétricos até 2035 nos três cenários e 50-60% do crescimento até 2050.
Biocombustíveis para aviação
Mais difícil de eletrificar, a aviação ainda verá o petróleo como protagonista até a década de 2030, mas sua participação cai para cerca de 60% até 2050 em Acelerado e 25% em Líquido Zero.
A demanda será suprida pelo uso crescente de combustível sustentável de aviação (SAF, em inglês), principalmente de biomassa.
No Líquido Zero, em 2050, os combustíveis derivados do hidrogênio (e-SAF) ganham mercado.
Em compensação, no transporte marítimo, os derivados de hidrogênio se mostram como principal alternativa aos de petróleo.
Amônia, metanol e diesel sintético podem representar entre 30% e 55% da energia total utilizada na marinha até 2050, Acelerado e Líquido Zero – mas no Novo Momento, o petróleo continua a representar mais de três-quartos da demanda de energia no período.
Fonte: https://mail.google.com/mail/u/0/#inbox/FMfcgzGrcPKfkqNQLXHwcfShKxBdpdvd