Economia & Renda: maior taxa de juros do mundo corrói indústria de carros no Brasil

As discussões políticas tomaram conta das famílias, das relações no trabalho e da mesa do bar. Mas enquanto direitistas e esquerdistas se digladiam na defesa de suas respectivas lideranças, a boiada vai passando pela porteira da economia sem que ninguém se dê conta da precarização de sua própria situação financeira.

Quando falamos da compra de um automóvel, seja ele novo ou usado, tratamos de um tema que vai muito além da misoginia, das cotas, das questões de gênero e do comunismo, que fatura mais de R$ 300 bilhões no Brasil, anualmente, e que ataca o seu bolso, diretamente.

Maior taxa de juros do mundo

Hoje, o Banco Central do Brasil pratica a taxa de juros mais alta do mundo (quase 14% ao ano, contra 3,6%, na China) e, como o leitor pode comprovar simulando o financiamento de um 0 km ou usado, esta é uma das razões do baque sentido pelo mercado de automóveis, neste primeiro semestre.

“Em qualquer lugar do mundo, o aumento nas taxas de juros afeta o mercado de automóveis. No caso dos 0 km, este aumento não é tão sentido, porque as montadoras subsidiam os financiamentos por meio de bancos próprios”, explica a diretora executiva da Edmunds, maior guia de compras norte-americano, Jessica Caldwell.

Muito longe do Brasil e totalmente alheia às questões nacionais, ela não doura a pílula em sua análise: “Dado que os preços dos modelos usados já alcançaram um teto, veremos a base de compradores de veículos novos se reforçar na classe alta. Em resumo, as classes C, D e E foram forçadas para fora deste círculo, em termos de acessibilidade e sua melhor – ou única – opção, para manter os boletos dentro de uma faixa digerível, é um seminovo”, acrescenta.

O aumento e mesmo a manutenção por parte "do Banco Central do Brasil" da taxa Selic no patamar atual encarecem o custo dos empréstimos ao consumidor, nominalmente os destinados à compra de um automóvel. Assim, não bastasse o desabastecimento decorrente da crise dos semicondutores, os consumidores têm que lidar com os preços escorchantes dos 0 km, que subiram mais de 50%, entre 2020 e o ano passado – hoje, o preço médio de um reles Fiat é de quase R$ 110 mil.

Apenas para efeito comparativo, nos Estados Unidos, esta alta ficou em 12,5%, para veículos novos, e em 35%, para usados e, lá, a taxa média de juros para financiamentos nos concessionários é de menos de 5% ao ano – para seminovos, esse percentual sobe para 8%, número muito inferior aos mais de 55% anuais praticados por aqui.

“A taxa básica de juros brasileira está muito acima da média global e segue uma receita que nunca funcionou, já que nossa inflação não decorre de excesso na demanda – em sentido oposto ao do bordão econômico, o mercado está em franco declínio, com queda de 10% nas vendas de 0 km, nos últimos cinco anos. Na prática, os bancos são favorecidos com o recebimento destes juros, através do pagamento da dívida pública, enquanto o país se desindustrializa. Trabalhamos para engordar os especuladores e não sobra dinheiro para mais nada”, argumenta o economista José Álvaro de Lima Cardoso.

Só em 2022, os gastos com a dívida pública consumiram mais de 45% do orçamento federal, muito mais do que os 12% reservados pelo governo norte-americano, em seu Orçamento Federal.

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