Um levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), com base em dados do Impostômetro, mostra que o total de tributos embutidos no preço dos ovos de Páscoa corresponde a 38,5% do valor final do produto.
Por esse raciocínio, se um ovo de chocolate é vendido no mercado por R$ 40, desse montante, R$ 15,42 são relativos a impostos, taxas e contribuições embutidos.
Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, afirma que fugir dos ovos industrializados não significa escapar dos altos impostos. Segundo ele, para a produção de um ovo caseiro simples, que utiliza na sua elaboração chocolate, papel celofane e fitas para a embalagem do produto, são pagos, respectivamente, 39,65%, 34,5% e 34% em tributos.
“Os consumidores que procuram por ovos caseiros pensam em algo diferente do que encontram nas prateleiras dos mercados. Isso reflete numa tendência de ‘gourmetização’ dos ovos que, aliada à alta tributação dos insumos, aumenta o preço final do produto”, afirma o economista.
Além dos ovos de chocolate, o levantamento da ACSP abrange outros produtos de largo consumo na Páscoa, como o bacalhau, que tem 43,78% de tributos embutidos no seu valor final, e o vinho, que se for nacional tem 44,7% de impostos e se for importando, 59,7%.
Veja abaixo a lista de produtos típicos de Páscoa selecionados pela ACSP e suas respectivas cargas tributárias:
- Vinho importado ———– 59,7%
- Vinho nacional ————- 49,7%
- Bacalhau ——————- 48,8%
- Chocolate —————— 39,6%
- Colomba Pascal ———— 38,7%
- Ovo de Páscoa ————- 38,5%
- Bombons ——————- 37,6%
- Cartão de Páscoa ———- 37,5%
- Papel celofane ————- 34,5%
- Fita ————————- 34%
- Almoço em restaurante — 32,3%
- Coelho de pelúcia ———-29,9%
- Passagem aérea ———– 22,3%
*Fonte: Diário do Comércio de SP