A execução de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, em novembro de 2024, no Aeroporto de Guarulhos, expôs uma teia de corrupção e violência que envolve policiais militares e a maior facção criminosa do país, o PCC. A investigação da Polícia Civil, concluída na última sexta-feira (14), revelou que o crime foi um acerto de contas meticulosamente planejado, com a participação direta de PMs, e executado com extrema brutalidade para reafirmar o poder da facção.
O relatório final da investigação, assinado pela delegada Luciana Pinheiro Silva, aponta que três policiais militares foram indiciados e presos sob suspeitas de envolvimento no crime: o cabo Denis Antonio Martins, o soldado Ruan Silva Rodrigues e o tenente Fernando Genauro da Silva. As investigações revelaram que os executores do crime receberam o pagamento em Bitcoin, uma moeda digital que permite transações anônimas, dificultando o rastreamento de dinheiro.
A quebra de sigilo telemático dos suspeitos revelou um rastro de ostentação e riqueza incompatível com seus negócios. O tenente Genauro da Silva, por exemplo, ostentava carros de luxo, joias e dinheiro em suas redes sociais, levantando suspeitas sobre a origem dos recursos.
A morte de Gritzbach, apontada como peça-chave no esquema de lavagem de dinheiro do PCC, expõe a fragilidade da segurança pública em São Paulo e a crescente desconfiança da população em relação à polícia. A participação de policiais militares em crimes como essa mina a isenção da corporação e gera um sentimento de insegurança na sociedade.
A investigação da Polícia Civil ainda não terminou e busca identificar outros envolvidos no crime, incluindo os mandantes e outros policiais corruptos. O caso Gritzbach serve como um alerta para a necessidade de medidas urgentes para combater a corrupção policial e fortalecer a segurança pública em São Paulo.
*Fonte: www1.folha.uol.com.br/