Presidente da Argentina retorna sem ser recebido por Trump, mas promete ser subserviente aos EUA

O presidente da Argentina, Javier Milei, encerrou nesta sexta-feira (4) uma visita relâmpago aos Estados Unidos sem o registro de um encontro fotográfico com o ex-presidente Donald Trump. Apesar da ausência da imagem, Milei demonstrou forte disposição em alinhar a política argentina às demandas comerciais de Trump, em um contexto de crescente guerra tarifária global.

Durante sua passagem pela Flórida, onde participou de um evento organizado por fundações conservadoras, Milei declarou que a Argentina está determinada a trabalhar "lado a lado" com os Estados Unidos. Em um aceno direto à política protecionista de Trump, o presidente argentino afirmou que seu governo modificará a legislação para atender às exigências das novas tarifas americanas.

A iniciativa de Milei ocorre em meio a uma onda de tarifas anunciada por Trump, que tem levado diversos países a considerar medidas retaliatórias. Contudo, a Argentina, sob a liderança ultraliberal de Milei, parece optar por uma estratégia de adaptação. "A Argentina avançará para adaptar sua legislação para que possamos atender aos requisitos da proposta de tarifas recíprocas elaborada" por Trump, comunicou o gabinete presidencial.

Apesar da preocupação global com as novas taxas, a Argentina não deverá ser alvo das tarifas mais severas, sendo taxada com o mínimo universal de 10%, a exemplo do Brasil. Washington justifica as tarifas alegando que elas são calculadas com base nas barreiras alfandegárias e não tarifárias impostas por outros países a produtos americanos.

Milei também anunciou planos para "avançar com a harmonização de tarifas sobre uma cesta de quase 50 produtos", considerando essa medida um passo importante para um futuro acordo comercial bilateral, onde "tarifas e barreiras comerciais sejam apenas uma má lembrança do passado". Em março, Trump já havia se mostrado aberto a analisar essa possibilidade, e Milei, a quem Trump se refere como um "grande líder", estaria inclusive disposto a retirar a Argentina do Mercosul para facilitar um acordo com os EUA.

Os progressos nessa direção, segundo Milei, foram possíveis graças a reuniões entre o chanceler argentino, Gerardo Werthein, o Departamento de Estado e a Secretaria de Comércio dos EUA. A chancelaria argentina descreveu os encontros em Washington como marcados por "entendimento mútuo e otimismo para o futuro entre nossas nações".

A aproximação com os Estados Unidos também é vista como crucial para os esforços de Milei em negociar um novo empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A Casa Rosada espera um sinal de apoio de Trump nas negociações com o FMI e busca um alívio nas tarifas de 10% impostas aos produtos argentinos.

Fontes governamentais chegaram a ventilar a possibilidade de um anúncio de tratamento especial por parte de Trump ainda durante a viagem de Milei, o que não se concretizou até o momento. No entanto, a chancelaria argentina emitiu uma nota afirmando que o país criará condições para uma futura revisão das medidas de Trump, reiterando o desejo de fortalecer os laços comerciais entre as duas nações.

Durante o evento em Mar-a-Lago, onde recebeu o prêmio "Lion of Liberty", Milei enfatizou a necessidade de trabalhar "lado a lado, como parceiros estratégicos com objetivos comuns" com os EUA para "tornar a Argentina grande novamente".

A viagem de Milei aos Estados Unidos ocorre em um momento delicado, em meio a negociações com o FMI para um empréstimo de US$ 20 bilhões, do qual a Argentina busca uma primeira parcela significativa. Desde o vencimento do último acordo com o FMI em dezembro, Milei tem priorizado a obtenção de um novo resgate financeiro, chegando a emitir uma ordem executiva para dispensar a aprovação do Congresso para o acordo.

O FMI, por sua vez, encara a situação argentina como peculiar, dado o histórico de o país ser seu cliente mais problemático, acumulando uma dívida de US$ 41 bilhões. O novo acordo buscado por Milei seria o 23º na história da Argentina com o fundo.

Apesar do histórico desafiador, o FMI parece inclinado a apoiar a Argentina, reconhecendo os esforços de Milei em implementar reformas econômicas rigorosas, como cortes de gastos e redução da burocracia, que resultaram em um superávit fiscal, embora com impacto no crescimento econômico. A necessidade de reforçar as reservas cambiais do país e evitar uma crise de dívida também pesa na decisão do fundo. A chefe do FMI, Kristalina Georgieva, chegou a admitir que Milei "mereceu" o apoio.

*Fonte: www.folha.uol.com.br  – www.bbc.com – www.cnnbrasil.com.br

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