Os dados mais recentes do Ministério da Saúde, atualizados até o dia 5 de abril, revelam um cenário preocupante, embora com nuances positivas, em relação à dengue no estado de SP. Apesar de uma significativa queda de 54,9% no número de óbitos em comparação com o mesmo período de 2024, o estado ainda concentra a alarmante marca de 397 mortes pela doença, o que representa 71,9% do total de 552 óbitos registrados em todo o Brasil.
Em 2024, até a mesma época, SP contabilizava 880 mortes por dengue, enquanto o Brasil registrava um total de 3.404 óbitos. A queda nacional foi ainda mais expressiva, atingindo 83,8%. Contudo, o fato de SP ainda responder por uma parcela tão alta das mortes no país acende um alerta para a persistência da gravidade da situação no estado, mesmo diante da redução anual. O número de casos no estado de SP já ultrapassa os 412 mil.
Outros estados com números relevantes de óbitos são Paraná (34), Minas Gerais (33), Goiás (23), Pará (14) e Rio de Janeiro (7).
A comparação entre SP e Paraná ilustra essa questão. Apesar do estado de SP apresentar um coeficiente de incidência quase duas vezes maior (1.154,0 vs. 596,4 casos por 100 mil habitantes), a diferença na mortalidade é ainda mais acentuada. São Paulo registrou 397 óbitos (0,07% de letalidade geral e 4,43% em casos graves), enquanto o Paraná contabilizou 34 mortes (0,05% e 2,50%, respectivamente). A quantidade de mortes em SP é 77% maior que no estado paranaense.
A Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo informou, em nota, a implementação de uma força-tarefa para reduzir a mortalidade por dengue. A ação inclui o envio de equipes técnicas, insumos e kits de teste rápido, com foco principal nas cidades do interior e da Grande São Paulo que enfrentam surtos epidêmicos.
A força-tarefa conta com a atuação de agentes do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) e dos Departamentos Regionais de Saúde (DRSs) do estado, em parceria com a vigilância e a atenção básica municipal, com o objetivo de eliminar focos do mosquito Aedes aegypti.
Grupos de risco exigem atenção redobrada, e a identificação precoce dos sintomas, aliada ao acompanhamento médico e à hidratação, são cruciais para evitar complicações e reduzir o número de óbitos pela doença.
*Fonte: www1.folha.uol.com.br