O anúncio de um novo empréstimo de US$ 20 bilhões do FMI à Argentina reacendeu a desconfiança crônica da população, marcada por 23 acordos desde os anos 1950. Apesar das promessas do presidente Javier Milei de que o pacote será diferente – destinado a fortalecer o Banco Central e liberar o câmbio –, muitos argentinos enxergam o episódio como mais um capítulo de um ciclo vicioso.
O peso da história
- Ceticismo popular: "Já sabemos como termina", diz Ariel Cazorla, 45, ecoando um sentimento amplamente compartilhado e até satirizado na cultura local.
- Narrativa política: Para a cientista política Belén Amadeo (UBA), o FMI virou "vilão" conveniente em discursos, mascarando problemas estruturais.
- Falhas passadas: O historiador Felipe Pigna destaca que os empréstimos históricos não financiaram desenvolvimento, mas sim rolagem de dívidas.
Enquanto 40% dos argentinos ainda confiam no presidente, críticos apontam que o acordo mantém o país refém de ajustes dolorosos. O aposentado Julio Teitelboim, 60, defende a medida como "necessária", mas o temor de novos cortes em serviços essenciais, como educação e saúde, persiste.
Enquanto o governo insiste em um "final diferente", a população se pergunta se o novo pacote é solução ou apenas mais um "Feitiço do Tempo" financeiro.
*Fonte: exame.com –
