O governo do estado de São Paulo, liderado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e pelo secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite, enfrenta duras acusações de movimentos sociais e especialistas em segurança pública.
As denúncias apontam para uma suposta facilitação da atuação de milícias e um aumento alarmante no extermínio de negros e pobres na capital e em outras regiões metropolitanas do estado. A política de segurança implementada é vista como uma "mão dura" que prioriza a violência em detrimento da inteligência policial e de políticas sociais preventivas.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública escancaram um aumento substancial da letalidade nas ações de segurança nos anos de 2023 e 2024. Paralelamente, relatórios da Conectas Direitos Humanos revelam a expansão de grupos paramilitares em bairros periféricos, onde impõem seu controle sobre serviços ilegais e até mesmo restringem a liberdade de circulação dos moradores através de toques de recolher.
A resposta do governo estadual, por meio de sua assessoria, nega veementemente as acusações, assegurando que "a segurança pública é prioridade" e que as operações policiais têm como objetivo "combater o crime organizado". O secretário Derrite, por sua vez, declarou que "a polícia age dentro da lei", embora não tenha se manifestado sobre as denúncias específicas envolvendo a atuação de milícias.
A reação dos movimentos sociais é de profunda indignação e revolta. O Coletivo Negro Unificado classificou a situação como um "projeto de extermínio", afirmando que "as periferias estão sendo tratadas como zonas de guerra". O grupo Mães da Periferia, que reúne mulheres que perderam seus filhos por homicídios cujos casos não encontraram o assassino, ecoa a dor.
Os dados reforçam as alegações dos críticos. O número de civis mortos em ações das forças de segurança públicas e privadas em favelas registrou um aumento de 58%. Em contraste, o número de prisões de milicianos em São Paulo em 2024 é de apenas 12.
*Fontes: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Conectas, Coletivo Negro Unificado ; educa.bradonegro