Ah, a ironia! Os Estados Unidos, baluarte do capitalismo selvagem e críticos ferrenhos de qualquer protecionismo que não seja o seu próprio, parecem ter encontrado uma "nova" e "inovadora" maneira de lidar com a concorrência estrangeira. Inspirados, talvez, pela genialidade brasileira em taxar as compras online internacionais, o governo Trump (sempre ele!) decidiu fechar a porteira para a avalanche de produtos chineses baratos que vinham adoçando a vida dos consumidores americanos (e azedando a dos fabricantes locais).
A tal "brecha de minimis", que permitia a entrada de mercadorias de até 800 dólares sem impostos, era, segundo o ex-presidente, um "grande golpe" contra as empresas americanas. Um golpe tão grande que, aparentemente, só uma medida drástica e inédita poderia solucionar: copiar descaradamente o modelo da "taxa das blusinhas" que tanto gerou polêmica e memes no Brasil.
A medida, que já está valendo para produtos vindos diretamente da China e de Hong Kong, promete encarecer significativamente as compras online dos americanos, que se acostumaram a encontrar de tudo a preços de banana em plataformas como Shein e Temu. As empresas chinesas, que até então driblavam as tarifas americanas com essa "manobra", agora terão que repensar suas estratégias, provavelmente repassando os custos extras para o consumidor final.
Curiosamente, a justificativa para a medida não se resume apenas à proteção da indústria local. O governo americano alega preocupações com o uso dessa brecha para o envio de fentanil e seus precursores químicos, já que as remessas de baixo valor exigiam menos informações alfandegárias. Uma desculpa "multifuncional", digamos assim, que une o útil (protecionismo) ao agradável (segurança nacional).
Enquanto os fabricantes americanos de têxteis comemoram o fim de uma brecha que, segundo eles, "devastou o setor", os consumidores já sentem no bolso o impacto da decisão. Analistas preveem um "choque de preços" para os americanos mais sensíveis a custos, que agora terão que desembolsar bem mais por aquela blusinha da moda ou por qualquer outra bugiganga made in China.
Resta saber se essa "brilhante" estratégia americana terá o mesmo sucesso (ou a mesma impopularidade) da sua "inspiração" tropical. Uma coisa é certa: o mundo do comércio internacional nunca deixa de nos surpreender com suas reviravoltas e, aparentemente, com suas inusitadas "inspirações" geográficas. Afinal, quem diria que um dia os Estados Unidos olhariam para o Brasil e diriam: "É isso! A solução estava ali o tempo todo!".
*Fontes: www.estadao.com.br/ – www.folha.uol.com.br – valor.globo.com Texto produzido com auxílio de IA