A pequena Maitê Sossai Bueno perdeu a vida no dia 30 de abril após peregrinar pela UPA em busca de socorro, sofrendo, segundo relatos familiares, ao menos seis paradas cardíacas. A dor ainda ecoava na cidade quando outra notícia devastadora abalou os moradores: Anthony Gabriel Dias, com apenas dois meses e sete dias, faleceu no último sábado (3), após ser liberado duas vezes da unidade de saúde.
A mãe de Anthony, Maria Vitória Regina Dias, de 20 anos, não hesita em expressar sua convicção: houve negligência no atendimento do seu filho. Em um relato emocionado, ela descreve o calvário do pequeno Anthony, que inicialmente foi diagnosticado com uma simples gripe, mesmo apresentando febre alta e roquidão desde a terça-feira (29). Na primeira consulta, por volta das 13h, uma médica plantonista prescreveu apenas cloridrato de ambroxol, sem solicitar nenhum exame complementar.
"A médica receitou ambroxol e não pediu nem um exame pra vê o que de fato o Anthony tinha, ela disse que era apenas um gripe", desabafa a mãe inconsolável.
Diante da persistência dos sintomas, Maria Vitória retornou à UPA com o filho na mesma noite, por volta das 18h45. Após 45 minutos de espera, outro médico plantonista aplicou uma injeção e reiterou o tratamento anterior, liberando Anthony para casa pela segunda vez. O desfecho trágico no sábado expõe uma falha alarmante no protocolo de atendimento da unidade.
As duas crianças compartilhavam o mesmo diagnóstico: bronquiolite, uma inflamação das pequenas vias aéreas que dificulta a respiração, causada pelo vírus sincicial respiratório (VSR). A coincidência dos casos e a sequência de liberações médicas levantam questionamentos urgentes sobre a capacidade da UPA em lidar com essa condição, especialmente em bebês tão vulneráveis.
A morte de Maitê e Anthony expõe uma crise potencialmente grave, exigindo respostas contundentes e transparentes das autoridades competentes. A população clama por medidas urgentes que garantam a segurança e o bem-estar de seus filhos, para que nenhuma outra família seja obrigada a vivenciar a mesma tragédia.
*Fontes: g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao – g1.globo.com/sp