Em um evento realizado na sede do PSD, no centro de São Paulo, o partido liderado por Gilberto Kassab deu mais um passo em seu ambicioso projeto de poder. A filiação de figuras importantes, como o ex-governador Eduardo Leite, que chega à legenda como pré-candidato à Presidência da República, e a presença do vice-governador paulista, Felício Ramuth, além de parlamentares e aliados, evidenciam a estratégia de expansão do PSD.
O partido mira ocupar o vácuo deixado por legendas tradicionais como PSDB e MDB, especialmente em SP, buscando reconfigurar o equilíbrio de forças na política brasileira, e ao mesmo tempo quer hegemonia na direita, costurando alianças estratégicas para dominar o cenário nacional e estadual em detrimento do PL, que demonstra uma articulação nacional com objetivos claros:
- Destruir o PSDB: aproveitando a crise de identidade e os revezes eleitorais do PSDB, o PSD busca atrair suas lideranças e eleitores de direita, apresentando-se como uma opção pragmática e com maior capacidade de articulação.
- Reduzir a influência do MDB paulista: historicamente forte em SP, o MDB tem perdido espaço para o avanço do PSD, que tem cooptado prefeitos e aliados antes ligados ao emedebismo.
- Dominar prefeituras e governos estaduais: O partido investe em candidaturas próprias e coligações estratégicas para fortalecer sua presença nas bases locais e estaduais.
- Ampliar a bancada no Congresso: o crescimento do PSD na Câmara e no Senado visa garantir maior poder de influência em votações importantes e na ocupação de cargos de liderança, além de nutrir-se de cargos no Executivo Federal – independente de quem ganhar a eleição de 2026, se a esquerda, a direita ou extrema-direita …“ Se hay gobierno, soy a favor ”
Para implementar seu projeto de poder, o PSD tem adotado algumas estratégias chave:
- Atração de Lideranças: o partido tem sido bem-sucedido em atrair quadros descontentes do PSDB e do MDB, oferecendo estrutura e apoio eleitoral. No estado de SP, diversos prefeitos e deputados migraram para o PSD. Essa estratégia se repete em outros estados, como Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.
- Alianças Pragmáticas: evitando amarras ideológicas, o PSD se alia a diferentes grupos políticos, desde bolsonaristas até setores mais moderados, priorizando a conveniência eleitoral. Em SP, a articulação de Kassab com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) é um exemplo dessa estratégia para enfraquecer seus rivais.
- Controle de Máquinas Municipais: o fortalecimento do PSD em cidades médias e grandes garante bases eleitorais importantes para futuras disputas em nível estadual e nacional.
Os impactos dessa estratégia já são visíveis no cenário político:
- Declínio e desaparecimento do PSDB: a perda de lideranças para o PSD tem enfraquecido o PSDB, especialmente em SP, seu antigo reduto eleitoral.
- Fratura no MDB paulista: o declínio no número de deputados federais e estaduais é marcante, com um futuro de desafios para os emedebistas
- Nova Hegemonia na Direita: O PSD tem potencial para se consolidar como o principal partido de Direita " que como com garfao e faca", herdando a capacidade de negociação e influência que já pertenceu ao PFL, MDB e ao PSDB.
O sucesso do projeto de poder do PSD, sob a liderança de Gilberto Kassab, dependerá de sua capacidade de manter as alianças e capitalizar o desgaste de seus adversários. Caso sua estratégia se consolide, o partido poderá se tornar um ator principal na política brasileira nos próximos anos, redefinindo as dinâmicas de poder e as composições partidárias.
*Fontes: g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/ – canalmeio.com.br – www.politize.com.br