O Brasil atingiu,em 2024, o número de quase 13 milhões de servidores públicos nas três esferas de governo — União, estados e municípios. O crescimento foi impulsionado principalmente pelas contratações nas prefeituras municipais, que somam cerca de 8 milhões de servidores, representando 60% do total.
De acordo com os dados mais recentes, o número de servidores municipais teve um aumento expressivo de mais de 8% em relação ao ano anterior, evidenciando a tendência de expansão da máquina pública no nível local.
Já os estados mantêm aproximadamente 3,5 milhões de servidores (27% do total), enquanto a esfera federal conta com cerca de 1,7 milhão (13%). Tanto no nível estadual quanto no federal, os números vêm se mantendo estáveis, com algumas áreas enfrentando até redução de pessoal.
Apesar do crescimento absoluto, o Brasil ainda possui uma proporção de servidores públicos relativamente baixa em relação à sua população e força de trabalho. São cerca de 12 servidores para cada 100 habitantes, o equivalente a 12,4% da força laboral — índice inferior à média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 23,48%.
Comparado a países vizinhos, o Brasil também está atrás: Argentina (19,31%), Uruguai (16,92%) e Chile (13,10%) possuem maior participação do setor público em suas economias. Em países desenvolvidos, essa presença é ainda mais marcante, como na Noruega (32,2%), Dinamarca (30,2%) e Suécia (29,3%), onde o Estado desempenha papel central na oferta de serviços sociais.
A desigualdade internacional na presença do setor público reflete diferentes níveis de desenvolvimento econômico, capacidade administrativa e modelos de Estado. Enquanto países de alta renda sustentam uma presença estatal robusta com foco em bem-estar social, nações com recursos limitados, como Mali (2,4%) e Bangladesh (3,1%), enfrentam dificuldades estruturais para ampliar a atuação pública.
A discussão sobre o tamanho ideal do Estado segue sendo relevante, mas ganha contornos mais complexos diante das demandas crescentes da população e dos desafios fiscais enfrentados por governos em todas as esferas.