A filiação do secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, ao PP, na noite desta quinta-feira (22), foi marcada por um discurso de tom nacionalista do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). No entanto, o evento também evidenciou a crescente divisão entre os bolsonaristas e outros nomes da direita que buscam se projetar para 2026 sem alinhamento explícito a Jair Bolsonaro.
A ausência de parlamentares bolsonaristas fiéis a Jair Bolsonaro na cerimônia, realizada em uma casa noturna da Vila Olímpia, em São Paulo, não foi coincidência. O boicote foi deliberado, motivado pela frustração do grupo próximo a Bolsonaro com a falta de menção à anistia dos presos do 8 de Janeiro e à inelegibilidade do ex-presidente, condenado pelo STF.
Integrantes do círculo bolsonarista criticaram a postura de Tarcísio e Derrite, que evitaram tocar nos temas considerados prioritários pelo ex-presidente. Nenhuma palavra sobre os presos políticos, nem uma crítica à perseguição judicial a Bolsonaro foi dida no encontro, que teve a presença de Gilberto Kassab, Waldemas Costa Neto e Ciro Nogueira.
Parte da direita tenta se organiza excluíndo o ex-presidente Jair Bolsonaro das discussões e preferindo o silêncio sobre "anistia e STF" com objetivo de buscar os votos daqueles conservadores de postura mais de centro que são avessos as pautas do bolsonarismo, ou seja, uma tremenda traição ao ex-presidente.
*Fonte: www1.folha.uol.com.br