A South Western Railway, principal operadora ferroviária do sudoeste da Inglaterra, tornou-se neste domingo a primeira empresa do setor a retornar ao controle estatal, marcando o início de um amplo plano de reestatização das ferrovias britânicas.
A medida, promovida pelo governo britânico, visa reverter mais de três décadas de privatizações que, longe de cumprir as promessas de eficiência e redução de custos, resultaram em tarifas abusivas, investimentos insuficientes e serviços de qualidade duvidosa.
A decisão é um reconhecimento tácito do fracasso do modelo privatista implantado nos anos 1990. À época, a venda do setor foi justificada como uma forma de modernizar a malha ferroviária, atrair investimentos e aliviar os cofres públicos. Na prática, porém, os britânicos enfrentaram anos de atrasos, cancelamentos, tarifas elevadas e até tragédias que escancararam a negligência na manutenção.
Dados oficiais mostram que, em 2024, 4% das viagens de trem no Reino Unido foram canceladas, enquanto atrasos se tornaram rotina. Apesar do aumento no número de passageiros nas últimas décadas, a insatisfação popular só cresceu, com usuários pagando tarifas cada vez mais caras por um serviço que frequentemente fica aquém do esperado.
A estratégia do governo é nacionalizar todas as operadoras privadas até o final de 2027, reunindo-as em uma única entidade estatal, a Great British Railways. A medida foi aprovada pelo Parlamento em novembro, com apoio maciço da população, que há anos pressiona por mudanças.
O caso britânico reforça um debate global: a privatização de serviços essenciais, como transporte, água e energia, realmente beneficia a população? No Brasil, onde setores como saneamento e energia também enfrentam críticas por altas tarifas e má qualidade após concessões à iniciativa privada, a experiência do Reino Unido serve de alerta, principalmente no caso do Metrô na cidade de São Paulo, pois desde o início da concessão de algumas linha à iniciativa privada, essas tem gerado precarização dos serviços, maior volume de " atrasos e paradas" e acidentes mais frequentes.
*Fontes: oglobo.globo.com – apos-fracasso-na-privatizacao – Por que a privatização da British Rail Texto produzido com auxílio de IA