Em meio a sucessivas crises climáticas que assolam o Brasil, como as enchentes no Rio Grande do Sul e as secas em diversas regiões, grandes produtores rurais intensificaram o lobby junto ao governo federal para ampliar benefícios como prorrogação e até perdão de dívidas agrícolas.
Apresentando-se como parte do setor mais afetado, esses grupos aproveitam a visibilidade das dificuldades enfrentadas pelos pequenos agricultores — de fato os mais atingidos — para justificar demandas que, na prática, tendem a beneficiar os maiores e mais capitalizados.
Segundo fontes do Ministério da Agricultura e do Congresso Nacional, entidades representativas do agronegócio pressionam por medidas emergenciais que envolvem bilhões em recursos públicos. Enquanto parte dessas medidas é legítima diante da situação crítica no campo, principalmente para a agricultura familiar, especialistas alertam para o risco de que o socorro financeiro se transforme em privilégio disfarçado para grandes conglomerados rurais.
Além do impacto fiscal — com aumento do déficit público — o perdão amplo de dívidas e os incentivos sem contrapartida tendem a inflar os custos dos alimentos. Com mais dinheiro circulando entre grandes produtores e possibilidade de retenção de estoques, o cenário estimula a especulação no mercado agrícola, o que, na ponta, resulta em mais inflação para o consumidor.
Veja mais sobre o assunto acessado esse link
*Fonte: agro.estadao.com.br/