Israel repete o roteiro dos EUA no Iraque: ataque preventivo ao Irã levanta suspeita de uso político

O ataque preventivo de Israel ao Irã, realizado com a justificativa de conter o suposto avanço de um programa nuclear militar iraniano, reacendeu o debate internacional sobre o uso seletivo da narrativa de “ameaça iminente” para legitimar ações militares unilaterais.

O episódio tem despertado paralelos inevitáveis com a invasão do Iraque pelos Estados Unidos em 2003, quando o governo de George W. Bush também alegou que o regime de Saddam Hussein produzia armas de destruição em massa — uma acusação posteriormente comprovada como falsa.

Israel afirma ter provas de que o Irã vem violando o Acordo Nuclear (JCPOA) e enriquecendo urânio além dos limites permitidos, com o objetivo de desenvolver uma bomba atômica. O governo iraniano nega as acusações e garante que seu programa tem fins pacíficos.

Enquanto isso, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) mantém uma postura cautelosa, sem confirmação oficial de que o Irã esteja efetivamente construindo armamento nuclear.

O cenário lembra fortemente a justificativa usada pelos EUA no início dos anos 2000, quando acusações sem comprovação sobre armas de destruição em massa foram o ponto de partida para uma guerra devastadora.

Após a ocupação do Iraque, nenhuma arma foi encontrada, e o episódio tornou-se um dos maiores símbolos do uso político da inteligência de segurança para fins geoestratégicos.

A atual ação israelense, ao ser conduzida sem autorização da ONU e com base em alegações unilaterais, tem gerado reações divididas na comunidade internacional.

Enquanto aliados ocidentais demonstram apoio discreto, diversos países — incluindo potências como China e Rússia — alertam para o risco de uma guerra regional envolvendo também Síria, Líbano, Iêmen e até os Estados Unidos.

Especialistas destacam que, além da fragilidade jurídica do ataque, há um risco real de repetição dos erros cometidos pelos EUA há duas décadas. A invasão do Iraque resultou na morte de centenas de milhares de civis, no fortalecimento do extremismo, e em uma instabilidade que até hoje afeta o Oriente Médio. 

A história pode não se repetir exatamente, mas o padrão é semelhante: a justificativa preventiva, a ausência de prova cabal e o desrespeito às vias diplomáticas. 

Enquanto o mundo observa com apreensão a escalada entre Israel e Irã, cresce a pressão sobre organismos internacionais para que evitem um novo ciclo de guerra baseado em acusações controversas. Resta saber se o alerta vindo do passado será suficiente para conter os impulsos do presente.

*Fontes: www.estadao.com.br  – www.folha.uol.com.br – operamundi.uol.com.br

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