Enquanto programas sociais para a população mais pobre são frequentemente questionados, o governo concedeu R$ 3,5 bilhões em incentivos fiscais para grandes empresas em apenas três meses de 2025 – a última rodada do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) antes de seu fim.
Criado em 2021 para ajudar o setor de turismo e eventos durante a pandemia, o Perse permitia que empresas deixassem de pagar PIS, Cofins, IRPJ e CSLL. Mas, com o tempo, virou um "bolsa empresário", beneficiando principalmente corporações milionárias que já haviam superado a crise.
Quem mais ganhou?
- Airbnb: R$ 48,5 milhões
- Madero (rede de restaurantes): R$ 39,3 milhões
- Beto Carrero World: R$ 39,2 milhões
- Outback: R$ 25,9 milhões
- Rock in Rio (Rock World): R$ 17,2 milhões
Polêmica:
- Custo alto para os cofres públicos: o Perse consumiu R$ 15 bilhões em renúncia fiscal, dinheiro que deixou de ser investido em saúde, educação e infraestrutura.
- Benefício desproporcional: grandes empresas dominaram os repasses, enquanto pequenos negócios ficaram de fora.
- Subsídio a multinacionais: o Airbnb, empresa estrangeira, foi o maior beneficiado em 2025.
Empresas defendem o programa, dizendo que ele ajudou a evitar demissões. Já o governo e especialistas criticam a dificuldade de encerrar benefícios fiscais, mesmo quando perdem a razão de existir.
*Fonte: valor.globo.com/