Proposta prevê retirada total de tropas israelenses, renúncia do Hamas ao poder e administração interina palestino-árabe; impasse sobre armas do grupo ainda é obstáculo central
Mediadores do Egito e do Catar trabalham na elaboração de um novo plano que, segundo dois funcionários árabes ouvidos pela Associated Press, prevê a libertação de todos os reféns — vivos e mortos — de uma só vez, em troca do fim da guerra em Gaza e da retirada completa das forças israelenses da Faixa. As fontes, que falaram sob condição de anonimato devido à sensibilidade das negociações, afirmam que a iniciativa conta com o apoio de grandes monarquias árabes do Golfo, preocupadas com o risco de desestabilização regional caso Israel leve adiante uma reocupação total de Gaza, duas décadas após sua retirada unilateral.
O plano, ainda em fase de discussão, enfrenta um ponto sensível: o destino do arsenal do Hamas. Israel exige o desarmamento total do grupo, mas o movimento islamista rejeita a condição. Segundo um dos funcionários envolvidos diretamente nas conversas, estuda-se uma solução intermediária, um “congelamento de armas”, que permitiria ao Hamas manter seu armamento, mas sem utilizá-lo.
A proposta também inclui que o Hamas renuncie ao poder na Faixa de Gaza. Nesse cenário, uma comissão formada por representantes palestinos e árabes administraria o território e coordenaria os esforços de reconstrução, até a formação de um novo governo palestino. A segurança ficaria a cargo de uma força policial treinada por dois aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio.
Ainda não está definido qual seria o papel da Autoridade Palestina, apoiada pelo Ocidente, nesse arranjo. O andamento das negociações e a viabilidade do plano dependem da aceitação das partes e da superação das divergências sobre o controle de armas na região.
Fonte: Jovem Pan