As bibliotecas contribuem para a formação da capacidade de concentração, pelo estímulo à leitura no local e para o pensamento prospectivo
Há dois requisitos fundamentais para que a pessoa tenha a capacidade de disputar as vagas dos empregos qualificados: o pensamento prospectivo (capacidade de planejar o futuro) e a capacidade de concentração. Ambos estão interligados e possuem um requisito em comum para se desenvolverem em um ser humano: a prática de leitura.
É no momento de leitura que o ser humano tem contato com informações, com novas ideias, abstrai novos vocabulários, organiza o pensamento, forma opiniões e fortalece sua argumentação. Porém, a 6ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, publicada em 2024, demonstra que 53% dos brasileiros, mais da metade da população, não leram sequer uma parte de um livro durante o período de amostra da pesquisa.
Diante desse resultado, é evidente a necessidade de reverter esses números por meio de políticas que estimulem a formação de novos leitores ativos, sendo uma delas a valorização das bibliotecas municipais. As bibliotecas municipais têm como componente fundamental a democratização do acesso aos livros – os exemplares físicos têm preço elevado – e o fornecimento de um local adequado para a circulação de ideias, com tranquilidade para ler sem interrupção.
Desse modo, abrangendo toda a população, as bibliotecas contribuem para a formação da capacidade de concentração, pelo estímulo à leitura no local e para o pensamento prospectivo, atributo desenvolvido pela própria prática de correr os olhos em palavras. Por consequência, formam-se pessoas com maiores habilidades e preparadas para as boas posições do mercado de trabalho, uma sociedade mais igualitária e com maior qualidade de vida.
Por Gustavo Bispo – Graduando de Administração Pública pela UNESP