O ranking divulgado pela Secretaria Estadual de Transportes que coloca a rodovia Anhanguera (SP-330) como a primeira mais violenta do Estado, com relação a número de mortes, causou inconformidade ao tenente Givago Moreto Pedra, comandante do 1º Pelotão da Polícia Rodoviária, situado em Limeira.
A rodovia, que passa por nossa região, registrou 121 mortes em 2010, mas segundo o oficial, conforme entrevista concedida ao Jornal Tribuna do Povo de Araras, foi inserida no estudo de forma global, sem que se observasse sua grande extensão. Com mais de 400 quilômetros de extensão a partir da capital paulista, ela torna-se interestadual e prossegue até a região de Uberaba/MG.
Para ele, toda essa dimensão torna injusta a avaliação e comparação com rodovias menores, como a dos Bandeirantes (SP-340), que possui apenas 175 quilômetros. “Na sua extensão, a SP-330 mantém pontos em que ocorrem acidentes, mas no trecho de Araras e região, é sempre muito tranquila”, observou.
Tenente Givago disse ter tomado conhecimento, com muita surpresa, do estudo da Secretaria Estadual de Transportes apenas através da imprensa. Ele achou curioso, pois realiza o planejamento de ações com dados dos últimos dois anos. E os números não apontam nada de alarmante com relação à essa rodovia, por conta dessa particularidade destacada por ele.
A rigor, os acidentes na maioria das vezes envolvem pedestres e caminhões. No primeiro caso, a presença de veículos de carga é reforçada principalmente pela ligação que a Anhanguera faz dos terminais de carga de Campinas e o polo petroquímico de Paulínia. “Mas os acidentes ocorrem em alguns trechos e sob alguns aspectos”, ressaltou.
A presença do pedestre nos eventos de trânsito das rodovias decorre, segundo ele, pelo fato de as cidades formarem bairros em ambos os lados da rodovia. Essa travessia, segundo observa, é que causa os atropelamentos fatais. “O pedestre tem que cortar a pista para ir trabalhar e em muitos casos, não utiliza passarelas ou faixas de segurança”, diz.
Ainda sob esse aspecto, ele observa que pelo fato de a rodovia cruzar muitas das cidades, acabou se transformando em uma via de trânsito rápido para deslocamento dentro do próprio município. O motorista prefere acessar a rodovia para chegar a bairros distantes. Mas a regra para dirigir com segurança segue a mesma: respeitar a sinalização e não exceder os limites de velocidade.
Tenente Givago põe no mesmo exemplo a Rodovia Washington Luiz (SP-310), que ocupa a quarta posição na lista e na região, não apresenta problemas. Ele explicou que embora o ararense possa classificar a Rodovia Wilson Finardi (SP-191) como perigosa, a situação merece avaliação. “Ela registrou sete mortes no final do ano, mas foi em uma ocasião apenas”, destacou.
Texto adaptado da Fonte: Jornal Tribuna do Povo de Araras
Foto:Divulgação