“Os números têm tudo para continuar caindo. Tentaremos chegar a índices semelhantes aos da Europa”. Foi assim que o comandante geral da Policia Militar do Estado de São Paulo, coronel Álvaro Camilo, comemorou a redução dos índices de criminalidade, prevendo melhoras ainda mais expressivas.
De acordo com o comandante, essa redução de criminalidade se dá por motivos diversos derivados dos investimentos do Estado na segurança pública, como a utilização de novas tecnologias e intensificação para a retirada de armas das ruas.
Segundo ele, a aplicação de recursos ajudou significativamente no decréscimo dos números. “Foram criados mecanismos tecnológicos como o Copom online, o Infocrim e o Fotocrim para auxiliar nas investigações. Houve um maior investimento na capacitação dos PMs. Isso tudo fez a diferença”, diz.
O aumento do efetivo nas ruas também colaborou para a queda do índice de crimes dos últimos anos, no entanto, o coronel explica que não houve aumento de pessoal e sim realocação de funções. “Tiramos 6 mil homens de funções administrativas e colocamos nas ruas, um aumento de 9%”, destaca.
Aliados a esses fatores, o comandante geral da PM citou as ações para a retirada de armas das ruas e a mudança de postura da sociedade como aspectos igualmente importantes. “O que reduz os homicídios é o desarmamento. De 1999 para cá, foram apreendidas 400 mil armas em blitz e abordagens no Estado. Outro fator é a participação da população, que passou a dar mais informações para a Polícia Comunitária através do 190. Isso é importante pois quem sabe o que acontece na região é o próprio morador”.
A aproximação com a população foi possível graças aos estudos realizados pela PM no final dos anos 90 em algumas bases comunitárias do mundo. “Estudamos vários moldes de fora. Hoje, o modelo utilizado é o do Japão, embora adaptado. Tínhamos 265 bases moveis e compramos outras 250,” enfatiza.
Outro fator, segundo Camilo, foi a mudança de postura do Estado. “Hoje em dia, utilizamo-nos de sistemas inteligentes”, ressalta.
Diariamente, são realizadas 25 mil abordagens em todo o Estado. Só em 2011, foram retiradas 19 mil armas de fogo. Essas ações têm gerado resultado.
Diminuição nos índices de criminalidade
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública, sobre os índices de crimes contra vida nos últimos 12 anos, houve uma redução de 72%, passando de 35,27 em 1999, para 10,0 casos para cada 100 mil habitantes em 2011.
Se comparado à taxa do ano passado, a deste ano mostra uma queda de 4,4%, tornando-se o menor índice de homicídios da história. Na capital paulista, este número é ainda menor. São apenas nove homicídios por grupo de 100 mil.
“O que ajuda a derrubar os índices são ações realizadas pela Polícia, investimentos, gestão, ação do governo e da população. Quando presenciarem algum crime, ou mesmo uma possibilidade de crime, a população deve comunicar o mais rápido possível”.
Os números mostram ainda que diversos municípios em 2011 tiveram nenhum caso de homicídio. Isso é reflexo do bom trabalho exercido pelas Policias do Estado. “Dos municípios paulistas, 257 não apresentaram nenhum caso de homicídio e, em outras 128 cidades, apenas um caso foi registrado”, ilustra o Coronel Camilo.
Operação Cavalo de Aço
Uma das maiores preocupações em relação à criminalidade são os latrocínios, crimes contra o patrimônio – roubo seguido de morte – que, nos últimos 12 anos, apresentou queda de 54%. Os principais crimes neste âmbito são os que envolvem motos, por isso, foi criada uma ação especifica para estes casos.
“Nessas ações, os policiais param as motos do corredor, pedem para encostar, e solicitam o documento do motociclista. Em cada ação, cerca de 800 motos são apreendidas, geralmente com a documentação irregular. Em alguns casos ainda conseguimos prender pessoas procuradas pela Justiça”, revela Camilo.
De acordo com o comandante geral, as motocicletas têm sido visadas, por isso, os motociclistas precisam ter cuidado. “Nas grandes cidades, os criminosos estão roubando motos. É importante que os proprietários não reajam ou façam movimentos bruscos. A maioria das mortes ocorre por reação”, aconselha o coronel.
Fonte: Osni Martins 4ª CIA/PM osnilmartins@gmail.com
