A conta de água poderá sofrer reajustes ainda maiores. O vereador Rômulo Rippa é contra qualquer aumento ao consumidor. “Sou contra qualquer aumento ao consumidor baseando-me numa cotação de preços do serviço público de água e esgoto de nossa região. Nossa água é a mais cara, a mais onerosa e existe algum problema sério nisso”, diz.
Para Rippa, houve problemas estruturais na criação da autarquia, principalmente por ter sido criada com obrigações a pagar e sem receitas a receber. “Por isso aponto como única solução para o problema, a imposição de uma administração austera, que tenha no dinheiro público um símbolo de respeito e seriedade”.
Para quem diz que o Saef não tem lucro, o vereador afirma: “Sim, o Saef tem lucro. Principalmente no que é referente à água e esgoto, a parte que vai ser concedida pela administração municipal”. Segundo ele, a parte que dá prejuízo é a limpeza pública, que tem pouca arrecadação e muito gasto pessoal. “Moral da história: vão passar o filé mignon para o setor privado enquanto os cofres municipais vão ficar roendo o osso”.
Rômulo explica que a Administração Municipal já afirmou que ocorrerá um aumento de 15% nas tarifas da autarquia e com a lei que foi aprovada pela Câmara, passa a existir uma maior autonomia do Executivo sobre esses aumentos. “Infelizmente, na sociedade capitalista em que vivemos, seria muito ingênuo alguém afirmar que um empresário vai investir cerca de R$ 100 milhões no Saef pra depois não receber nada em troca”.
Em relação à folha de pagamento, Rômulo está certo de que a maior parte dos funcionários vão ser absorvidos pela Prefeitura. “Pelo que tenho conversado com os servidores, em uma esmagadora maioria, eles não vão querer trocar a estabilidade e o vínculo com o poder público por uma “aventura” na iniciativa privada”. Além disso, a Administração Municipal não pode ultrapassar o limite prudencial, de pouco mais de 50%, em folha de pagamento. “Essa atitude fere a Lei de Responsabilidade Fiscal e pode dar até cassação ao mandato do Executivo. Hoje os funcionários são pagos pelo Saef, se eles forem incorporados à Prefeitura, terão de ser pagos pelo dinheiro dos impostos normais, de onde sai o salário do resto dos servidores municipais”.
Quanto aos boatos de que já existem duas empresas pré- determinadas para ganhar, Rippa diz: “Fortes grupos empresariais podem estar realizando lobby para administrarem o Saef. Mas o boato mais forte é sobre a empresa Foz do Brasil, antiga Águas de Limeira. Isso faz com que fiquemos ainda mais atentos sobre a concessão e o processo de concorrência quando este for aberto”, conclui.