O prefeito de Leme, Wagner Ricardo Antunes Filho (DEM), o Wagão, obteve uma liminar na Justiça e voltará ao cargo nesta terça-feira (20), após ficar quatro dias afastado. A informação foi divulgada no final da tarde desta segunda-feira (19).
Na quinta-feira (15), uma determinação da Justiça obrigou Antunes a deixar a prefeitura durante 210 dias ou até que se concluísse o inquérito que investiga um esquema de desvio de R$ 961,2 mil e fornecimento de remédios com finalidade eleitoral.
A juíza Camila Ferrari Arcaro entendeu que, enquanto estivesse no cargo, ele poderia atrapalhar as investigações.
Apesar disso, segundo o juiz Vicente de Abreu Amadei, não há elementos concretos que indicam que o prefeito estava prejudicando o trabalho de apuração.
O prefeito não foi encontrado para comentar a decisão.
Exonerações
Na sexta-feira (17), todos os secretários pediram exoneração e o vice-prefeito, Gustavo Faggion, assumiu o cargo.
Em entrevista à EPTV, Wagão voltou a negar as irregularidades e disse que a determinação foi desnecessária.
O chefe do setor de compras da prefeitura, Pedro Doniseti Benedito, que também foi afastado, não foi encontrado para comentar a denúncia.
Bloqueio de bens
No início do mês, o Ministério Público obteve uma liminar da Justiça que bloqueia os bens do prefeito, de três secretários municipais, de cinco vereadores, de funcionários públicos e comerciantes do município, que estariam envolvidos.
Na ação, os promotores pedem o afastamento do prefeito e a condenação de todos os envolvidos e o ressarcimento da verba desviada.
O caso
De acordo com uma investigação do Ministério Público, o esquema, acontecia desde 2008. Em uma operação da Polícia Militar e de cinco promotores no dia 26 de agosto, foram apreendidos documentos que mostram que o esquema funcionava através de anotações de pedidos, algumas com a assinatura do prefeito Wagner Ricardo Antunes Filho.
“Quando a soma do valor desses produtos chegava perto do R$ 8 mil, valor que permite a dispensa de licitação, o supermercado informava a prefeitura e se fazia uma requisição falsa de cestas básicas, produtos de limpeza. Dessa maneira se esquentava a compra”, disse na ocasião o promotor de Justiça Daniel Serra Azul.
Algumas compras incluíam caixas de baralho, camisas e remédios. Em um dos boletos, estava a compra de carnes para churrasco, com um valor de R$ 339, e que seriam supostamente encaminhadas para o setor de saúde.
Fonte: EPTV e portal lemenews