Procurador-geral Paulo Gonet recomenda monitoramento em tempo integral após suspeita de que ex-presidente busque asilo em embaixada
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou nesta segunda-feira (25) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que a Polícia Federal reforce a vigilância na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O pedido foi motivado pela possibilidade de que ele tente buscar asilo político em uma embaixada, hipótese levantada por parlamentares da oposição ao ex-mandatário.
No documento, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu que equipes da PF atuem em tempo integral no entorno do imóvel, garantindo o monitoramento em tempo real do cumprimento das medidas cautelares. Ele destacou, no entanto, que a ação não deve ser invasiva nem causar transtornos à vizinhança.
O reforço da vigilância foi sugerido após requerimento do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), que na última sexta-feira (22) protocolou pedido de prisão preventiva contra Bolsonaro. O deputado alegou dispor de informações “seguras” de que o ex-presidente pretende solicitar asilo político à Embaixada dos Estados Unidos. Segundo ele, a tornozeleira eletrônica não seria suficiente para evitar uma fuga rápida até a unidade diplomática.
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto e só deixou a residência no último dia 16 para realizar exames médicos.
Nesta segunda-feira, o STF também intimou a PGR a se manifestar sobre a defesa de Bolsonaro, que apresentou esclarecimentos sobre supostos descumprimentos das medidas cautelares. O prazo para a manifestação se encerra na quarta-feira (27).
Paulo Gonet deverá decidir se mantém a prisão domiciliar do ex-presidente ou se solicita o endurecimento da medida, o que pode incluir a decretação de prisão preventiva. A defesa, por sua vez, sustenta que a existência de uma minuta de pedido de asilo encontrada no celular de Bolsonaro não configura tentativa de fuga, já que não houve ação efetiva nesse sentido.
Fonte: agendadopoder