Parte 1
Mais de um milhão de pessoas cometem suicídio a cada ano, tornando-se esta a décima causa de morte no mundo. Entretanto, há uma estimativa de 10 a 20 milhões de tentativas de suicídios não-fatais a cada ano em todo o mundo. Os problemas emocionais e psicológicos são freqüentemente relacionados ao suicídio, com estimativas de 87% e 98%. Em todo o mundo as taxas de suicídio aumentaram 60% nos últimos 50 anos, principalmente nos países em desenvolvimento, como o Brasil.
A ideação suicida é mais comum entre jovens de 13 a 19 anos, como parte da crise de adolescência, onde são supervalorizados o romance, a beleza, o sucesso pessoal e a escolha profissional. Acumulados cada vez mais cedo pela pergunta implícita de “O que vou fazer da minha vida?”, os jovens se sentem desorientados, mas ao invés de uma verdadeira intenção de morrer, a tentativa de suicídio por vezes é interpretada como um “grito de socorro” para chamar a atenção ao seu desespero e seu desejo de fuga.
Já outra faixa etária com grandes índices de suicídio são pessoas com mais de 55 anos de idade, predominantemente homens. Nesses casos o fator motivacional é a sensação de inutilidade perante a família e a sociedade, os primeiros sinais de problemas de saúde mais sérios, e a frustração por não conseguir realizar as coisas simples da vida com o mesmo vigor de antes. Diferente dos jovens, a intenção é bem ocultada e o suicídio em geral não é precedido por tentativas anteriores.
O psicólogo pode ajudar de maneira preventiva casos de ideação suicida, percebidas pela própria pessoa ou familiares e amigos próximos. Diante dos recentes casos de suicídio de pessoas queridas em nossa cidade, deixo um alerta para nunca subestimarmos a capacidade do ser humano de lutar pela sua própria vida e consequentemente, pela sua própria morte. Familiares e amigos que passam por essa situação também precisam de apoio e compreensão da parte de todos, pois o suicídio é um problema de saúde mental, associada a um complexo quadro de aspectos psicológicos, necessitando de ajuda profissional. Pessoas com tentativas anteriores têm mais probabilidade de realizarem o ato com sucesso, por isso é importante que se tomem medidas de prevenção contra novas tentativas.
Texto de Roberta Montefusco Peripato – psicóloga CRP 06/54767-4
Veja a segunda parte acessando: http://www.portoferreirahoje.com.br/noticia/2011/05/15/suicidio-parte-2/