Não é raro encontrar espécies tóxicas. O Chapéu-de-Napoleão (Thevetia peruviana ), plantado junto às calçadas, se ingerido, pode provocar: problemas gastrointestinais, cardíacos, convulsão e provável óbito da pessoa intoxicada. Nos animais provoca arritmia cardíaca e diarréia.
Outra espécie plantada é a Espirradeira (Nerium oleander), pode causar nos homens e animais: vômito, diarréia midríase bradicardia e taquicardia.
A falta de informações leva ainda ao consumo de plantas tóxicas como se fossem medicinais. O Confrei (Symphytum officinale), cultivado nos quintais, foi muito consumido nos anos passados e pode ser responsável pelo aparecimento de tumores malignos na bexiga, brônquios e fígado.
A cavalinha (Equisetum arvense), ainda hoje comercializada em algumas farmácias, quando ingerida por tempo prolongado pode levar ao beribéri, além de ser contra-indicada para mulheres grávidas.
A erva-de-rato ou cafezinho (Palicourea marcgravii) é uma das plantas mais tóxicas que se conhece. Segundo relatos de antigos pecuaristas de Porto Ferreira, poucas folhas desta planta é suficiente para matar um bovino adulto. Hoje ela já foi erradicada das pastagens, mas ainda ocorre em áreas de vegetação nativa.
Mas não é só a ingestão que pode causar problemas. O uso de folhas da figueira (Fícus carica) no preparo doméstico de cosmético com o objetivo de bronzeamento produz queimaduras, dermatites bolhosas e hiperpigmentação da pele. Casos como este já ocorreram em Porto Ferreira.
A obra PLANTAS TÓXICAS Estudo de Fitotoxicologia Química de Plantas Brasileiras traz informações sobre 78 espécies de plantas já estudadas, incluindo seus princípios tóxicos, sintomas e tratamento.
O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas – SINITOX também disponibiliza informações de interesse sobre as plantas tóxicas.
As informações estão disponíveis em:
http://www.fiocruz.br/sinitox_novo/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=313
Na tabela abaixo estão relacionadas as dezesseis espécies mais causam intoxicação no país, também presentes em Porto Ferreira.
Nome Popular – Nome científico – Local de ocorrência/
utilização
Tinhorão – Calladium bicolor – Residências/ornamental
Comigo-Ninguém-Pode – Dieffenbachia picta – Residências/ornamental
Taioba brava – Colocasia antiquorum – Várzeas/alimentação
Copo-de-Leite – Zantedeschia aethiopica – Residências/ornamental
Saia-branca – Datura suaveolens – Residências/ornamental
Aroeira – Lithraea brasiliens – Área rural/arborização
Bico-de-Papagaio – Euphorbia pulcherrima – Residências/ornamental
Coroa-de-Cristo – Euphorbia milii – Residências, passeio público/ornamental, cerca-viva
Avelós – Euphorbia tirucalli – Residências/ornamental
Cansansão – Fleurya aestuans – Não observada
Espirradeira – Nerium oleander -Passeio público/arborização
Chapéu-de-Napoleão – Thevetia peruviana – Passeio público/arborização
Santa Bárbara – Melia azedarach – Área rural/arborização
Mandioca-Brava – Manihot utilíssima – Área rural/industrialização
Mamona – Ricinus communis – Terrenos baldios/sem utilização
Pinhão-Roxo – Jatropha curcas – Residências/ornamental
As fotos que ilustram a matéria foram tiradas em Porto Ferreira, sendo que algumas encontram-se na relação acima.