O debate econômico no Brasil tem sido marcado por um pessimismo crônico que, muitas vezes, não reflete a realidade vivida por milhões de brasileiros. Enquanto a agenda pública se concentra quase exclusivamente nos desafios fiscais — questões importantes, mas de médio e longo prazo —, indicadores concretos de melhora no presente são minimizados ou tratados com desconfiança. Inflação controlada, desemprego em queda histórica e aumento real da renda, especialmente entre os mais vulneráveis, parecem não encontrar espaço na análise pública ou nos discursos políticos.
Inflação menor e poder de compra em alta – A inflação, frequentemente alvo de críticas, registrou média de 4,73% ao ano nos dois primeiros anos do governo atual, abaixo dos 6,17% do período anterior e também inferior à média histórica de 6,5% desde a criação do real. Apesar do aumento nos preços dos alimentos (8% em 2024), a renda das famílias mais pobres subiu 19% no mesmo período — um ganho real de poder de compra raramente mencionado nas discussões públicas.
Mercado de trabalho: desemprego em mínimas históricas – O desemprego caiu para 6,6% no primeiro trimestre de 2024 e deve chegar a 5,9% até o fim do ano, uma das menores taxas já registradas. A informalidade recuou para 37,9%, e a desigualdade de renda, medida pelo índice de Gini, atingiu o menor patamar da história. Além disso, a renda per capita alcançou seu nível mais alto desde 2012.
Redução drástica da fome e crescimento acima do esperado – Dados da ONU revelam que 14,7 milhões de brasileiros saíram da situação de fome entre 2022 e 2023. Enquanto isso, o PIB cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2024, superando a média dos países ricos (OCDE e G7). A indústria, setor historicamente frágil no país, avançou 3,1% no mesmo período.
Apesar dos números positivos, o discurso público segue dominado por uma visão negativa que ignora melhoras tangíveis na vida da população. Enquanto isso, o Brasil cresce — mesmo que em silêncio.
*Fonte: www.paulogala.com.br