Relatórios do Coaf indicam que Ricardo Bimbo recebeu valores suspeitos de companhia investigada por desvio de recursos de aposentados e realizou pagamento a contador investigado por lavar dinheiro para o PCC
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações financeiras suspeitas envolvendo Ricardo Bimbo, coordenador do Setorial Nacional de Tecnologia e Informação do Partido dos Trabalhadores (PT). De acordo com relatórios enviados à CPMI do INSS, Bimbo recebeu um total de R$ 2,6 milhões de uma empresa apontada como participante do esquema conhecido como “Farra do INSS”.
A empresa ADS Soluções e Marketing, investigada por fraudes em contratos e desvio de valores de aposentados, transferiu R$ 120 mil diretamente para a conta pessoal de Bimbo entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024. No mesmo período, a companhia fez 22 transferências que somaram R$ 8,29 milhões para a Datacore, empresa de tecnologia da qual o petista é sócio. Desse total, R$ 2,5 milhões foram enviados após a entrada de Bimbo na sociedade.
Ao ser questionado pelo portal Metrópoles, o coordenador do PT afirmou não se lembrar dos pagamentos nem do tipo de serviço prestado que justificasse os valores recebidos.
Os relatórios do Coaf também apontam que, entre as movimentações financeiras de Bimbo, consta o pagamento de um boleto de R$ 10.354,60 ao contador João Muniz Leite. O profissional, que já cuidou das contas de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, foi investigado na Operação Fim da Linha, do Ministério Público de São Paulo, por suspeita de lavar dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC). Após a operação, Muniz Leite deixou de atender o filho do presidente Lula. Procurado, o contador afirmou não se recordar do motivo pelo qual recebeu o valor.
Militante do PT desde 1989, Ricardo Bimbo participou do grupo de trabalho da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva em 1998 e exerceu funções na estrutura partidária. Durante a gestão de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo, entre 2001 e 2004, atuou com Rui Falcão na Secretaria de Governo. O nome de Bimbo já havia aparecido em uma investigação do Ministério Público paulista sobre suposto favorecimento a entidades ligadas a militantes do PT, como o Instituto Florestan Fernandes.
Fonte: metropoles.com







