O greening – pior doença da citricultura – atinge 14,8% das árvores dos pomares da região Leste Paulista, um aumento de 108,4% em relação aos 7,1% registrados em 2011. O número de talhões contaminados também subiu de 75,8% para 87,3%, um aumento de 15,2%. A região é a mais afetada pela doença e também a que apresentou maior crescimento de incidência entre os anos de 2011 e 2012. Os dados são do levantamento amostral realizado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
Em todo o parque citrícola, a doença contamina 6,9% das árvores e 64,1% dos talhões. A região central tem 9,9% das plantas contaminadas. A região Norte apresenta 1,8% de árvores com sintomas, a Oeste, 1,3%, a Sul, 0,85% e a Noroeste, 0,28%.
Desde o ano passado, mais da metade dos talhões do Estado de São Paulo têm pelo menos uma planta infectada com greening. Do total, 35,9% dos talhões não têm a doença e, dos 64,1% que estão contaminados, 21,2% apresentam até 2% das árvores doentes, índice considerado baixo. “Em 57,2% dos talhões não há a doença ou ela está em níveis muito baixos. Esse é o número que devemos manter, para a garantia da sanidade do parque citrícola no futuro”, afirma o pesquisador do Fundecitrus José Belasque Junior.
De acordo com o especialista, o aumento linear de talhões com greening era previsto desde o surgimento da doença, em 2004, devido ao fato de a doença não ter cura. “O citricultor precisa fazer o controle adequado. O pacote tecnológico composto pelo plantio de mudas sadias, controle do inseto vetor e inspeção e eliminação das plantas doentes, funciona e equivale apenas de 5% a 10% do custo de produção de uma caixa”, observa.
A ação mais importante é a remoção das plantas doentes. “Se mantidas nos pomares, servem de fonte para a contaminação de plantas sadias”, afirma Belasque. A adoção de controle do inseto vetor, por meio de pulverizações, também é fundamental, mas não pode ser adotada isoladamente. “Somente as aplicações de inseticidas não são suficientes para impedir o crescimento da doença, uma vez que não é possível zerar a população do psilídeo”, afirma.