Faturamento das MPEs tem primeira queda desde dezembro de 2011

O faturamento das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas caiu 1,3% em setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. Foi o primeiro recuo, na comparação com igual mês do ano anterior, desde dezembro de 2011.

No confronto entre setembro e agosto de 2013, a queda é de 7,9%. No acumulado de janeiro a setembro o resultado é positivo: houve aumento de 2,5% no faturamento ante o mesmo intervalo de 2012. Os dados são da pesquisa mensal Indicadores Sebrae-SP e descontam a inflação, medida pelo INPC/IBGE.

A receita total do universo das MPEs paulistas ficou em R$ 45,4 bilhões em setembro, R$ 578 milhões a menos do que no mesmo mês de 2012, e R$ 3,9 bilhões abaixo do resultado apurado em agosto deste ano.

“O crescimento modesto da economia do País em 2013 e a base forte de comparação contribuíram para a diminuição no faturamento das micro e pequenas empresas em setembro”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano. A base forte de comparação a que ele se refere é o aumento de 10,6% na receita real dos pequenos negócios em setembro de 2012 ante igual mês de 2011.

Quando analisados os setores, o desempenho foi negativo na indústria e em serviços, com quedas de 0,9% e 6,2%, respectivamente, em setembro ante o mesmo mês do ano passado. O comércio apresentou alta de 2,6%.

“A indústria tem perdido competitividade; porém o bom nível do consumo interno sustentou as vendas das micro e pequenas empresas do comércio”, completa Caetano. A retração em serviços teve influência da base forte de comparação (+13,6% em setembro/13 sobre setembro/12).
Por regiões, apenas o Grande ABC teve desempenho positivo, com crescimento de 3,2% no faturamento em setembro ante igual mês do ano passado. A Região Metropolitana de São Paulo, o interior e a capital paulista registraram quedas de 0,6%, 2% e 1%, respectivamente.

Ocupação e salários

Em 2013, de janeiro a setembro, o pessoal ocupado nas MPEs do Estado de São Paulo caiu 0,2% em relação aos nove primeiros meses de 2012. Na comparação de setembro deste ano com setembro de 2012, verifica-se queda ainda maior, de 3,4%.
No acumulado do ano até setembro, salários e outras remunerações pagas pelas MPEs aos empregados aumentaram 7,1% ante igual período de 2012. Também houve avanço, de 4,2%, no confronto entre os meses de setembro.
O valor da folha de salários aumentou 3,8% no acumulado do ano, mas baixou 3,6% em setembro ante mesmo mês do ano passado.

Expectativas

Quanto às perspectivas para os próximos seis meses, em outubro deste ano 50% dos donos de MPEs disseram esperar que o faturamento de seus negócios fique estável, ante 47% em outubro de 2012. Para 5% dos entrevistados, o faturamento da empresa deverá piorar e 11% não sabem dizer qual será o comportamento dos negócios. Já a parcela dos que acreditam em elevação no faturamento caiu de 39% em outubro de 2012 para 34% em outubro deste ano.

Quando perguntados sobre a expectativa sobre o nível de atividade econômica para os seis meses que virão, 55% os proprietários de MPEs falam em estabilidade, mesma proporção de outubro de 2012. Os que esperam melhora são menor proporção agora, 23%, ante 31% no ano passado e 10% não têm opinião formada sobre como ficará a economia. Quem aguarda piora soma 12%; eram 4% em 2012.

“O desempenho das micro e pequenas empresas deve acompanhar as tendências da economia brasileira, ou seja, deve apresentar uma evolução mais contida do faturamento no segundo semestre deste ano”, explica o consultor do Sebrae-SP, Pedro Gonçalves. Segundo ele, as MPEs tendem a ter sua receita inibida pelo crescimento mais fraco dos salários, o que afeta o mercado consumidor interno, o principal mercado para as MPEs. “Além disso, a base forte de comparação de 2012, com consumo elevado, e a perda de força da concessão de crédito para a pessoa física também devem frear o faturamento dos pequenos negócios.”

Gonçalves lembra ainda que as dúvidas quanto ao crescimento das grandes economias como Estados Unidos, China e zona do euro também podem ter impacto negativo no País e, consequentemente, nas MPEs.

Pesquisa

A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é realizada mensalmente, com a colaboração da Fundação Seade. São entrevistadas 2.716 MPEs do Estado de São Paulo, distribuídas em indústria de transformação (10%), comércio (53%) e serviços (37%). No estudo, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento anual bruto de até R$ 3,6 milhões.

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