A Câmara Municipal de Porto Ferreira recebeu na última segunda-feira (04) um projeto de lei que pretende proibir a comercialização, distribuição e uso de buzina de pressão à base de gás propano butano, envasado em tubo de aerossol.
A proposta, apresentada pelo vereador Rômulo Rippa, foi apresentada em virtude de ocorrências divulgadas pela imprensa, onde jovens utilizam a buzina como entorpecente. Atualmente, essa buzina é comercializada inocentemente, em lojas, bancas de revistas e até em bares, para ser utilizada como atração em festas de crianças, carnaval e em jogos de futebol.
Além dos danos a saúde humana, nos últimos meses o uso deste novo entorpecente ocasionou até mesmo a morte de seus usuários. Somente no estado de São Paulo foram dois casos registrados neste ano. Uma estudante de 18 anos morreu na madrugada de 26 de março, depois de inalar gás de buzina em um condomínio residencial em São José do Rio Preto (SP). Em fevereiro um rapaz de 33 anos morreu em Fernandópolis (SP) pelo mesmo motivo.
Conhecida como buzina da alegria ou buzina do barulho, a "nova droga", que é vendida num tubo de aerosol, contém a mistura dos gases butano e propano, muito parecidos ao GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), o gás de cozinha. O perigo não está na brincadeira e sim na inalação do produto que é inflamável e altamente tóxico.
Apesar de ser vendida sem controle específico, mas com todas as orientações sobre riscos à saúde, a buzina vem sendo utilizada em festas para doping, principalmente por jovens.
Toxicologistas acreditam que ela deve conter outra substância, como solvente, para potencializar o efeito alucinógeno do propano. Especialistas explicam que o gás substitui o oxigênio no organismo, causando sensações de euforia e alucinações, mas também provocando desmaio e asfixia até a morte. Entre os efeitos físicos provocados pela inalação está dor de cabeça, fraqueza e alterações no batimento cardíaco.
Segundo o projeto de lei nº 15/2016 o estabelecimento que comercializar a buzina no município deverá ser punido com a aplicação de multa pecuniária, a apreensão do produto, e até mesmo a interdição total ou parcial do estabelecimento.
“Infelizmente devemos atuar para combater o uso indevido deste produto. Proibir a comercialização é o caminho com efeitos mais práticos.”, justificou o vereador Rômulo Rippa ao defender seu projeto.
